Entre likes e solidão

imagem: envato

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Experimentamos uma era onde a conectividade virtual parece ser a única maneira de nos mantermos ligados ao mundo moderno. Muito daquilo que apreciamos e usamos diariamente, na verdade não nos pertence. As nossas músicas e filmes favoritos, por exemplo, são armazenados em um streaming, as fotos daquele momento inesquecível estão arquivadas em serviços de armazenamento online, aquela receita saborosa é visualizada na velocidade mais rápida, afinal os ingredientes já estão anotados na descrição do vídeo, e até mesmo os nossos recursos financeiros estão investidos em bancos digitais em que precisamos passar pelo chat com o atendente digital, antes de conversar com um atendente humano.

Será que ter cada aspecto de nossa vida mediado pela tecnologia, pode inviabilizar a capacidade humana de se conectar verdadeiramente com o outro? Ou se, na busca de estar ativo ao mundo digital, estivermos, na verdade, buscando uma maneira de desconectarmos da realidade?

Já existem inúmeros estudos demonstrando que o uso das redes sociais pode causar prejuízos à autoestima, a forma de brincar, percepção corporal, aumento da ansiedade, dificuldades na socialização, piora na concentração e atenção, além de comprometer a qualidade do descanso e da alimentação.

No entanto, o preço da alta exposição e da busca por proximidade com seguidores e amigos online acaba, paradoxalmente, gerando um distanciamento emocional. Além disso, promove uma incessante busca por validação, muitas vezes superficial e volátil, sem profundidade real nas conexões humanas.

Sabe-se que há uma na energia psíquica empregada no processo de autoconhecimento, um movimento para entrar em contato com o vazio interior afim de reconhecer as ausências e incompletudes, para então usar desse espaço com potencial de evolução e transformação.

Olhar para si mesmo como realmente é pode parecer simples, mas, quando somamos os ruídos das redes sociais, a falta de vínculos genuínos na vida real e a imaturidade emocional e neuronal dos jovens, o resultado é uma geração hiperconectada, mas vazia de sentido.

Para enfrentar essa busca por algo tão passageiro, o jovem precisa ser guiado no caminho, e não apenas receber uma indicação de direção. Ele precisa compreender que a verdadeira conexão não está na quantidade de likes e seguidores, mas na profundidade dos relacionamentos, na busca por sentido e propósito na vida. Assim, construir um verdadeiro relacionamento com Deus e com os outros começa a partir de nós.

Aqui cabe uma reflexão: se não eu, quem? A responsabilidade de cuidar e proteger a próxima geração está em nossas mãos. A oportunidade de moldar o futuro está dentro de cada lar, onde o amor tem o poder de transformar vidas.

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