Quero começar a minha abordagem com dois questionamentos: quantos discípulos Jesus tinha? Quem os Escolheu? Essas perguntam parecem obvias, e realmente são. O fato é que as respostas para essas perguntas sempre permeiam a caminhada de alguém que optou por seguir a Cristo, que é: será que realmente Jesus escolhe alguém?
Sinto-me privilegiado de escrever sobre esse assunto, pois esse tema é parte da minha vida e do que acredito. Estive a frente de duas igrejas, uma na cidade de Goianápolis e outra no setor Bueno na cidade de Goiânia. Estive também em campo missionário no Estado de São Paulo e Ceará. Fui também para o país de Moçambique, onde fiquei por 6 meses. Hoje, tenho o privilégio de estar na companhia do pastor João Queiroz e da pastora Irislene Queiroz, que são benção em nossas vidas.
Com toda essa trajetória, posso afirmar que sou a prova viva do chamado de Deus. Tenho hoje a certeza que Deus escolheu a mim e a minha família para fazer a diferença onde estamos, e por esse motivo, quero compartilhar com os leitores, o meu entendimento sobre o chamado de Deus, assim como dividir com vocês, a minha experiência:
Doze era o número de discípulos que o Senhor Jesus escolhera. Número expressivo e que guardava, discretamente, um possível traidor. A questão não é que Jesus tenha errado ao escolher uma pessoa daquele grupo, o que deve ser apreciado é que Ele oferecera oportunidades a diversas pessoas, escolhendo-as para uma nobre missão de espalhar as boas novas ao maior número de pessoas possíveis. Em outros termos, depois da condenação do Senhor Jesus, Judas, após tirar sua própria vida, perdeu sua posição. O cargo de discípulo de Jesus ficou vago, precisando ser ocupado. Em seguida, os onze discípulos que ficaram, elegeram Matias para substituir Judas – o traidor.
Quem escolheu os doze? E quem escolheu Matias?
Judas era a pessoa ideal para a função proposta de ser discípulo, mas a sua ambição fez com que ele se desviasse do caminho. Dessa forma, podemos dizer que muitos são chamados, porém poucos se comprometem a exercer a sua função (designada por Deus) até o fim.
E Matias? Não lemos nem ouvimos mais falar sobre ele, pois uma pessoa que é eleita por homens, não atingirá seu potencial sem antes ser chamado pelo Senhor Jesus.
Porém, vemos na Bíblia que algum tempo depois surgiu um homem com uma história muito complexa e recheada de mistério: Paulo. Como é possível um perseguidor religioso defender a mesma causa que outrora condenava? Você já sabe a resposta, veja em Romanos 1:1:
“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus”. (Romanos1: 1)
Paulo entendia tanto sobre Jesus Cristo e o Seu plano redentor, que parece que Paulo esteve ao lado de Jesus durante todos os dias em que Ele esteve na Terra.
O apóstolo Paulo viveu aquilo que Matias deveria ter vivido. As experiências magníficas foram degustadas por Paulo, somente por um único fator: Paulo foi escolhido para aquela função, e, ao contrário de Matias, Paulo não foi escolhido por decisão de outros discípulos, que quiseram inseri-lo em seu grupo apostólico.
O Senhor Jesus escolhe sim pessoas e confia a elas, responsabilidades, as quais eu não seria tão ousado de padronizá-las, já que alguns são selecionados para ir em diversos lugares da esfera terrestre, falando sobre as boas novas de salvação. Outras pessoas já são escolhidas para ficar e ensinar, outras para exortar e orientar, e inúmeras outras ditas funções para uma organização muito maior, denominada: Reino de Deus.
Por que eu acredito nisso? Porque eu fui escolhido para ser uma das pessoas que anuncia a Salvação de Jesus Cristo para a vida do homem.
Não consigo fazer outra coisa que me dê satisfação. É como uma pessoa que ama estar sujo de graxa e óleo dos motores, tentando servir a comunidade com serviço médico, será que ela conseguirá exercer tal função? Talvez sim, mas não se deliciando do momento maravilhoso, que é quando um motor de um Mustang challenger 2013 estronda ao receber um toque especial de uma cuidadosa manutenção.
O meu chamado começou em um acampamento de Jovens, denominado: A GERAÇÃO QUE DANÇA, realizado na cidade de Goiânia no ano de 2006. Esse foi o cenário ideal para que eu, ainda muito jovem, fosse escolhido para um chamado. Chamado, porque realmente uma sensação convidativa estava presente ali, e uma pressão atmosférica diferenciada deixava aquele lugar incomum.
Chorar sem motivo, alegria estupenda, que fazia-nos pular, eram algumas das sensações presentes naquele lugar. Acredito que, certamente, a “Presença de Deus” estava ali, pois não era o domínio técnico da banda, e nem a presença de palco que impressionava.
A sensação é tão desconhecida que desestabiliza as nossas emoções, não no sentido de uma dormência ou descontrole mental, pelo contrário, fez despertar bons sentimentos, como: amor, desejo de perdoar quem te fez sofrer de alguma forma, etc. Tudo isso era a presença de Deus.
A vontade que eu tinha era de curtir aquilo por um momento ilimitado, pois era muito bom. Em seguida, o que estava prestes a acontecer era mais curioso ainda: um pastor que cantava lindas canções, agora dizia me ver em outro continente. Ele me falava disso fitando-me os olhos, e meio indecifrável, ele dizia entender que o local que ele contemplava em um vislumbre, era no continente Africano, o que parecia ser uma experiência fruto de sua imaginação. De alguma maneira, algo mostrava a ele que eu estaria naquele lugar, não muito tempo depois.
Por mais que naquele momento aquilo fosse uma novidade para mim, parecia que eu já me sentia muito confortável com a ideia, e desejava ver tudo aquilo que fora dito se cumprindo imediatamente.
É dessa forma que uma pessoa que é escolhida e recebe um chamado se sente, quando tem que fazer qualquer coisa que não envolva o que lhe foi confiado.
Pois assim se cumpriu o meu chamado: no dia 10 de Abril de 2011 eu estava pisando pela primeira vez em solo Africano, no país de Moçambique para assumir um trabalho com 42 crianças em um orfanato, e pastoreando 12 igrejas em um projeto, o qual se eu não tivesse a certeza de ter sido escolhido pelo Senhor Jesus, jamais teria obtido o êxito.
Crianças restauradas, comunidade assistida e um convívio delicioso, deu origem a um projeto para abrigar 100 crianças vítimas de guerra, e que moravam em áreas de risco.
Mas, por que essa história teve um final feliz? Porque em Jesus não há erros.
Estivemos trabalhando também na cidade de Baturité – Ceará no ano de 2009. Eu e minha esposa liderávamos uma equipe de missionários, e o intuito era de dar apoio a igreja local daquela cidade, após termos sido enviados pela igreja Sede de São Paulo.
O mais interessante de analisar era ver pessoas se converterem naquele lugar. Mesmo estando em situações deploráveis, morando em áreas abaixo da linha da pobreza, essas pessoas recebiam o nosso respaldo e acompanhamento, inclusive espiritual.
Deus havia escolhido pessoas de diversas regiões do Brasil para juntos, levar o evangelho àquele povo. O trabalho foi um sucesso. Ainda hoje a igreja que levantamos naquele lugar continua viva e crescendo, para a glória do Senhor.
O certo é que Deus escolhe pessoas para algo específico. Mas, o Senhor tem missões para qualquer pessoa? Sim, todas as pessoas que desejarem. Como eu posso saber para o que eu fui chamado? Ele te proporciona a liberdade de perguntar, ou seja, você pode indagar a Ele assim: “Senhor quais são os teus planos para minha vida?” Ele certamente te responderá.
Possuímos em nós, recursos dado por Deus que nos mostra onde certamente seríamos eficazes em nossas tarefas. Por exemplo, se você tem habilidades com ensino, que esse seja um dos principais recursos que o Senhor poderá usar você para cumprir o chamado e’Ele para a sua vida. Ou então, se você é hospitaleiro, desprendido, amoroso, compreensivo, artístico, criativo, musicista, construtor, observador, funcional e organizado, cada uma dessas habilidades e características, podem ser a prova viva em você, de que o Senhor Jesus o chamou para algo.
O desafio é conhecer-se, saber que somos escolhidos para algo, e que isso revela a nossa verdadeira missão nessa terra. Paulo, por exemplo, foi categórico em afirmar quem ele era, e quem o chamou. Se Paulo não tivesse este entendimento, ele seria como muitas pessoas, que procuram ao Senhor Jesus, querem ser transformados, porém de forma imediata. Não se trata de uma mudança sem preceito, mas de um conhecimento real dos nossos acertos e das nossas fraquezas.
Não damos o verdadeiro valor ao que possuímos, porque somos distraídos por muitas informações e atividades. A verdade é que somos repletos de valores, que são dados por Deus, a fim de que os aperfeiçoemos para que Ele nos use.
Você é bom em algo?
Procure descobrir esse verdadeiro sinal de Deus em você e pergunte ao Senhor o que Ele deseja para você. Se conhecer é o primeiro passo para descobrir o seu chamado.
Saiba que Deus te escolheu, te chamou e te deu uma missão! Abrace-a!
Deus te abençoe!
Pr. Morse Gomes