A intencionalidade segundo Daniel

Há vários exemplos de homens que foram intencionais nas Escrituras. Na história de Daniel vemos um exemplo claro de intencionalidade profunda. Na época em que o  povo de Israel havia sido deportado do sul do país para a Babilônia, o rei ordenou que alguns jovens israelenses com boas características fossem selecionados e trazidos ao palácio.

Assim, foram encontrados Daniel, Hananias, Misael e Azarias, meninos que eram intencionais em tudo o que faziam. Nesse período, o rei Nabucodonosor ordenou que uma imagem de ouro fosse erguida e que todos deveriam adorá-la. Sabendo que os quatro israelenses não haviam se prostrado diante da imagem, imediatamente, o rei decretou que fossem trazidos até a sua presença. Você deve conhecer a história: foi assim que os quatro foram lançados na fornalha em chamas.

Depois desse acontecimento terrível, veja o que a Palavra de Deus nos conta: “Os sátrapas, os prefeitos, os governadores e os conselheiros do rei se ajuntaram em torno deles e comprovaram que o fogo não tinha ferido o corpo deles. Nem um só fio de cabelo tinha sido chamuscado, os seus mantos não estavam queimados, e não havia cheiro de fogo neles.” (Daniel 3:27).

Após ver esse milagre, o mesmo rei Nabucodonosor afirmou: “Por isso eu decreto que todo homem de qualquer povo, nação e língua que disser alguma coisa contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado e sua casa seja transformada em montes de entulho, pois nenhum outro deus é capaz de livrar ninguém dessa maneira“. (Daniel 3:29).

Essa história nos ensina alguns princípios importantes, sendo que o primeiro deles é o de que precisamos ser intencionais na ciência (Daniel 1:4), ou seja, precisamos ser intencionais na adoração a Deus. Antes mesmo de chegarem à Babilônia, esses meninos haviam estudado e se preparado em Judá. Eles não pensaram em começar a se tornar melhores apenas depois de chegar onde precisavam.

O segundo princípio é de que precisamos ser intencionais psicologicamente (Daniel 1:7)Esses jovens tiveram seus nomes mudados assim que chegaram na Babilônia. Podemos pensar nas transformações radicais que eles precisaram enfrentar em pouco tempo. No entanto, por mais que seus nomes fossem alterados, não conseguiram mudar a sua essência. Assim, você pode até estar na Babilônia, mas ela não precisa estar em você. Daniel agia como quem falava: vocês sabem quem são e o Deus que nós temos.

Provérbios diz: “como a cidade com seus muros derrubados, assim é quem não sabe dominar-se”. Pergunte a si mesmo: a sua mente está bem protegida?

Além disso, precisamos ser intencionais na adaptação. Por conta de terem tido uma capacidade psicológica fortalecida, esses meninos conseguiram se adaptar muito bem nas atividades que deveriam fazer. Mesmo naquele ambiente, eles não faziam nada que corrompesse os seus princípios, mas estavam ali para servir. Assim, não somos como o mundo, mas não podemos fugir do mundo. Ao contrário, somos chamados a ser luz.

Muitas pessoas falham na leitura do ambiente e das pessoas. Pense comigo: você possui uma visão panorâmica de onde está? O que você precisa fazer hoje? Como você precisa se adaptar?

Em Filipenses 4:11-13, o apóstolo Paulo diz: “pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece”.

Por fim, Daniel nos ensina a sermos intencionais na espiritualidade (Daniel 1:12-15). Esses jovens jejuaram e no final, foram reconhecidos como os mais sábios de todo o reino. Ainda hoje, para cada oração, colheremos um fruto nos dias que virão. Entenda que fazemos jejum não para ter, mas para ser. Precisamos ser intencionais na vida espiritual com jejum, busca e oração. Assim, lembre-se: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” (Mateus 6:33).

Rodrigo Soeiro

Por Rodrigo Soeiro Pastor, líder e músico na Igreja ADAI, em São Paulo (SP). Casado com Tati Soeiro e pai do Davi e do Lorenzo

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