Crianças ou miniadultos?

Nesse mês da criança, gostaria de trazer um tema bastante reflexivo que revela o comportamento de adultos e crianças nessa nova geração. A pergunta então é: será que nós adultos não estamos reproduzindo miniadultos?

O fato é que expor a criança em contextos inapropriados (quando a criança presencia constantemente conversas de adultos, com assuntos delicados), inserir na rotina da criança uma agenda lotada de compromissos e atividades, consumo de conteúdos impróprios para a idade (filmes, vídeos, jogos), são alguns exemplos de como nós adultos não devemos agir para com as nossas crianças.

Ao contrário disso, é nosso dever estimular o universo infantil com muitas brincadeiras, incentivar interações com outras crianças e sermos cuidadosos com a maneira que nos comunicamos com nossas crianças.

A adultização infantil é a aceleração das fases da vida, sem dar espaço para que a criança viva esse período e, depois, a adolescência, como deve ser. É dar a ela uma estimulação imprópria, levando-a a entrar no mundo adulto, antes de estar com o desenvolvimento físico e psicológico preparados. Vale lembrar que uma criança que não aproveita a infância pode se tornar um adulto infantilizado. Por sentir falta de não ter vivido alguns processos, esse adulto passa a ter comportamentos infantis e uma baixa inteligência emocional.

A criança ainda não tem autonomia nem maturidade para entender o que é certo e errado, nasce dependente da ajuda de seus genitores e assim, cresce sendo direcionada e conduzida por adultos, por isso somos responsáveis por ajudá-las nessa caminhada pelo desenvolvimento saudável.

A criança vive diversas fases em seu desenvolvimento a partir do seu nascimento que a prepara para a vida adulta, quando saltam algumas fases de maneira precoce podem ser causadas falhas no desenvolvimento emocional podendo ocasionar em problemas diversos no campo da saúde mental.

Portanto, enquanto pais temos uma grande missão na educação dos nossos filhos, pois sabemos que existem fortes influências externas na vida dos pequenos, porém é incontestável a importância de uma educação equilibrada e sensata, para que ajudemos nossos filhos a viverem cada fase de maneira plena e satisfatória, até que alcancem de forma natural a vida adulta.

Amanda de Sousa Pinto Andrade

Psicóloga Comportamental pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, pós-graduada em Neuropsicologia com ênfase em atendimento infantil e adolescência

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