O que aconteceu com o natal?

imagem: envato

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Vivemos em tempos difíceis, marcados pela violência e maldade que parecem predominantes. Já faz tempo que o mundo não experimenta um dia de paz verdadeira, pois estamos imersos em um caos civilizatório. Neste cenário, a chegada do espírito natalino é mais necessária do que nunca. Essa época do ano, que eu particularmente aprecio, é quando deixo a minha barba crescer, já naturalmente branca, algo que Freud talvez pudesse explicar.

Recordo-me dos natais passados, com as casas decoradas, as lojas e ruas iluminadas e a troca de presentes seguindo uma tradição europeia herdada de nossos colonizadores. Havia um clima distinto de camaradagem, com cumprimentos calorosos e um ar de cordialidade. As crianças sonhavam com os presentes, e até as mais vulneráveis recebiam algo da assistência social. Era um tempo mágico, marcado por um ambiente diferenciado.

Lembro-me também do filme “Feliz Natal”, lançado em 2006, que narra um episódio verídico da Primeira Guerra Mundial, ocorrido na noite de Natal de 1914. Soldados trincheirados, após um pedido de trégua, vivenciaram um momento de paz: trocaram presentes, enterraram seus mortos e até jogaram futebol. Esse episódio, conhecido como a Trégua de Natal, é um testemunho do poder do espírito natalino.

O Natal começou como uma celebração para substituir a Saturnália, uma festa pagã que acontecia de 17 a 25 de dezembro. Com o tempo, incorporou a tradição de trocar presentes, decorar e preparar mesas fartas, tornando-se uma época de grande consumo.

Para nós, cristãos, o Natal é uma celebração do nascimento de Jesus Cristo, um tempo de renovação, amor e empatia. Mesmo na mistura de tradições religiosas e secularismo, figuras como o Papai Noel, com seus cabelos e barbas brancas, ainda encantam as crianças.

Não devemos permitir que essa tradição desapareça de nosso consciente coletivo. Precisamos, mais do que nunca, experimentar o amor e a convivência pacífica. Recentemente, li sobre Israel, onde, no meio da guerra, judeus, palestinos, cristãos e muçulmanos se uniram em um serviço voluntário de assistência às vítimas. Isso é o espírito do Natal: o amor, o servir uns aos outros. Talvez essa seja a transformação que o mundo precisa para ver as guerras sob uma nova perspectiva.

Vamos dar uma chance à paz.

Feliz Natal para todos!

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