“Digo-lhe a verdade: Quando você era mais jovem, vestia-se e ia para onde queria; mas quando for velho, estenderá as mãos e outra pessoa o vestirá e o levará para onde você não deseja ir”. Jesus disse isso para indicar o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus. E então lhe disse: “Siga-me! ” (João 21:18-19).
No texto desta edição, iremos meditar, de forma muito breve, sobre a vida do apóstolo Pedro e que tipo de lições podemos tirar da vida de um pescador, natural de Betsaida, filho de João e irmão de André, que se tornou discípulo e apóstolo de Cristo.
De fato, a história de Pedro é muito rica e marcante. É cativante ver como um homem conhecidamente impulsivo e falho, é símbolo da nossa fragilidade e da nossa inconstância na fé. Por meio de Pedro nós aprendemos como nós somos absolutamente dependentes de Cristo, o autor e consumador da nossa fé.
Simão foi apresentado a Cristo por seu irmão André e mais tarde foi chamado pelo nosso Mestre a segui-lo, após o milagre da pesca maravilhosa. Importante observar que ao presenciar tamanho milagre e provisão Divina ao ponto de as redes começarem a rasgar-se, Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, perplexo, implorando para que se afastasse dele, pois era um pecador.
Naquele dia, apesar de tamanha provisão, ele abandonou tudo para seguir o Filho de Deus e tornar-se pescador de homens! Ele era um homem intenso. Entretanto, em muitas situações sua inconstância o atrapalhava, apesar de todas as experiências vividas. Certa feita, de forma impulsiva, ele desafiou a Jesus a fazê-lo caminhar sobre as águas, e andou, mas afundou após ficar com medo.
Ele mesmo, foi quem, recebeu do Espírito Santo a revelação de que Jesus era o Filho de Deus, no entanto, precisou ser severamente advertido ao tentar convencer o Senhor de que a morte na cruz não seria o seu destino (Mateus 16).
Em outra ocasião, na tentativa de proteger seu Mestre, cortou a orelha de Malco, porém, horas depois o abandonou, negando-o por três vezes. Era um homem inconstante, e, afetado pela culpa e decepção consigo mesmo, bem como o luto pela morte do Messias, desistiu, e o pescador de homens voltou ao status, tornando-se novamente um mero pescador de peixes.
Mas, Deus tinha um plano e Cristo não havia desistido dele.
Outra vez, Simão Pedro se viu frustrado por não ter conseguido pescar nada durante toda a noite. Da mesma forma que na primeira vez, Jesus, na beira da praia, ordenou-lhe que lançasse as redes ao lado direito do barco.
Ao ver, novamente, o milagre que o fez seguir ao Senhor anos atrás, Pedro se lembrou e o reconheceu. Vestindo sua capa, lançou-se às águas e foi ter com Jesus. Ali, mais uma vez um homem inconstante, frustrado e quebrado, foi tratado, perdoado, restaurado e capacitado a se tornar o líder dos apóstolos, exercendo, dali em diante o seu ministério, com temor, constância e poder até o fim de sua vida.
Aquele jovem que, outrora, se vestia e ia pra onde queria, passou a ser o líder confiável que seguiu a Cristo até a morte, e morte de cruz, porque “aquele que começou a boa obra em vocês há de completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.16).