Para que fomos criados?

“Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.” (1º Coríntios 10:31).

Um questionamento que sempre tem acompanhado o ser humano é justamente saber qual a verdadeira razão para a qual existimos. No decorrer da história, vamos observar desde homens iletrados até doutores e filósofos empenhados em descobrir a razão da existência da humanidade ou no mínimo, a razão da sua própria existência.

O fato é que todos buscam um sentido para a vida, e esse sentido está intimamente ligado ao propósito para o qual existimos. Uma pessoa que não encontra a razão principal para a qual foi criada, não encontra sentido na vida. Entretanto, a grande maioria das pessoas pensam que essa razão principal está ligada diretamente à sua vida de forma particular e individual e que cada um tem um sentido distinto e particular para existir. Certo! É fato que todos nós temos uma ou algumas razões bem particulares que nos motivam a viver, e isso é algo que é bem íntimo de cada um. Alguns pensam encontrar razão para viver em suas profissões, suas famílias, outros nas artes e em outros exemplos. Entretanto, essas razões supracitadas não são as principais para a qual fomos criados. Tais razões são secundárias e devem ser canalizadas de forma a atenderem e servirem a razão suprema que revela o propósito da nossa criação.

Tanto o Catecismo Maior, quanto o Breve Catecismo de Westminster trazem em seu conteúdo a seguinte pergunta como sendo a primeira a ser respondida: Qual é o fim principal do homem? A resposta de forma clara, simples e objetiva é: o fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo (alegrá-lo, satisfazê-lo) para sempre. Como base bíblica para tal resposta nos são apresentados vários textos e aqui, faço questão de expor apenas alguns que nos demonstram de forma assertiva que realmente fomos criados com o fim principal de glorificarmos e satisfazermos a Deus com tudo o que somos e com tudo o que temos. Vejamos:

“Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.” (Romanos 11:36).

“Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.” (1º Coríntios 10:31).

“A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória: eu os formei, e também eu os fiz.” (Isaías 43:7).

“Pois nenhum de nós vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para si. Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor.” (Romanos 14:7-8).

Veja que a própria Bíblia nos afirma que não fomos criados para nos satisfazermos do modo que quisermos e sermos felizes de acordo com os nossos próprios desejos. Fomos criados para glorificarmos a Deus em tudo que fazemos e gozá-lo para sempre, ainda que para isso tenhamos que estar chorando.

O fim principal da nossa existência, ao contrário do que muitos pensam, não é sermos felizes e nos satisfazermos, mas fazermos Deus feliz e satisfazê-lo. Quando entendemos isso, desfrutamos da verdadeira felicidade e satisfação n’Ele, apesar das lutas e adversidades.

Diante de tal afirmativa, preciso deixar claro que podemos tentar descobrir qual a nossa vocação profissional. Podemos constituir uma família e ter um bom casamento. Podemos lutar para realizar nossos sonhos. No entanto, tais coisas jamais podem ser a razão primordial para nossa existência. O sentido da nossa existência não pode estar alicerçado nesses princípios. Não posso ter como o fim principal para a minha vida a profissão x ou y, ou a minha família, pois tais coisas são passageiras e caso venhamos, por uma fatalidade, perdê-las, corremos o risco de perdermos juntamente com elas, a vontade de viver, ou seja, o sentido da vida.

Mas quando compreendemos que o motivo para nossa existência está em Deus, ainda que percamos tudo neste mundo, nunca perderemos a motivação para continuarmos vivendo e glorificando a Deus em tudo, porque Deus é eterno e todos os dias, aqui nesse mundo ou na eternidade, teremos a nossa principal razão de existir viva em nós.

Entender isso nos faz viver com alegria em toda e qualquer circunstância e nos torna fortes ao ponto de podermos suportar tudo naquele que nos fortalece, conforme nos ensina o apóstolo Paulo em Filipense 4:13. Paulo tinha como principal razão da sua existência glorificar o nome de Deus em tudo, e por isso, ele podia suportar todas as lutas e adversidades que a vida lhe infligia sem perder o sentido da vida e mais, vivendo com alegria, pois para ele, a alegria não estava nas circunstâncias, mas no fato de viver uma vida que glorificasse e alegrasse ao Senhor.

Para que fomos criados? Para glorificar, satisfazer e alegrar a Deus em tudo e acima de todas as coisas. Entenda isso e você jamais perderá o sentido, a razão para viver e sempre, independente das circunstâncias, será feliz e estará satisfeito, pois Cristo é a nossa alegria e satisfação plena.

Ralfe Fernandes

Bacharel em Direito, Teologia e Pastor do Ministério RAD (Renascer Adolescentes) da Igreja Batista Renascer.

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