A verdade liberta e a ética diz amém!

Talvez uma das assertivas mais conhecidas de toda a Bíblia é que a verdade liberta. Traduzindo “Verdade” como algo intrínseco à identidade de Jesus Cristo, fica fácil entender que Seu poder liberta o ser humano de todas as suas prisões. Mas o seu significado pode e deve ir além, pois a verdade clareia tudo, dissipa toda a nebulosidade que cerca qualquer assunto. Basta olharmos para toda a devastação que uma mentira, uma omissão ou uma injustiça trazem, para entendermos a dimensão do que a expressão da verdade poderia evitar. E o que dizer da ética? Se ela for um princípio basilar dos relacionamentos, decisões, mídias, profissões e tratamentos, conferiremos a ela seu verdadeiro sentido original, que é: “costume superior ou excelente”.

O problema é que nós, muitas vezes, por defendermos uma verdade doa a quem doer, corremos o risco de, em nome da transparência e da moral, comprometermos a ética pela estrita falta de sabedoria, de respeito ao próximo e principalmente de amor. Como assim? Não conduzindo adequadamente as questões que determinadas situações nos impõem, agindo de forma leviana, principalmente quando se trata da privacidade e do direito de outras pessoas. Um simples atropelo da ética pode provocar acidentes emocionais, constrangimentos, prejuízos e outros danos por vezes irreversíveis ou irreparáveis.

A verdade sempre aponta para o bem. Talvez esse seja o crivo a que devamos submeter os nossos surtos de sinceridade absoluta ou transparência total. A verdade não pode estar a serviço de interesses obscuros, de motivações vis, de maquinações subjetivas, pois isto fere frontalmente a ética. Saber o momento, o lugar e o modo de expressarmos nossas verdades, a forma sensata de conduzir nossos negócios e relações é um aprendizado contínuo e uma atitude que nos engrandece e dignifica.

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Pr. Anibal

O amor precisa temperar tudo o que falamos ou fazemos. É claro que não apenas as pessoas, os governos e as instituições precisam ser éticos, os meios de comunicação também. Às vezes, para citar apenas um exemplo, dependendo dos fins ideológicos ou interesses escusos, a acusação é matéria de capa, é manchete. Entretanto, o pedido de desculpas, a correção da injustiça ou a verdade dos fatos só aparecem depois, como notas de rodapé. O que não dizer da ética na ciência, na publicidade, nas relações hierárquicas de trabalho? Só o respeito à privacidade, o comprometimento com o amor e a honestidade podem fazer frente à lei do mais forte, à manipulação e à distorção da realidade.

A verdadeira libertação que a verdade traz pode também significar libertamos as pessoas de nossas inoportunas opiniões e comentários, nossas atitudes injustas e implacáveis, da nossa visão estreita de mundo e até mesmo da nossa particular interpretação de verdades bíblicas. Que tal refletirmos nestas coisas e pararmos de usar nossa justiça própria como arma de opressão e nossa falta de ética e nossa arrogância como palmatória do mundo? A verdade em amor será sempre libertadora. A ética agradece e aplaude!

Pr. Anibal Filho

Doutor em Produção Vegetal pela UFG e Pastor auxiliar da Igreja Batista Renascer.

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