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O livro de Salmos certamente ocupa um lugar especial na trajetória de todo cristão. Nele vemos conversas profundas, ora alegres e esperançosas, ora desesperadas e repletas de sofrimento. Entretanto, é nesse livro que temos acesso às verdades eternas e, em meio à poesia dos salmistas, conhecemos mais acerca do caráter do Senhor a quem servimos.

Ao todo, são 150 salmos e, logo no primeiro capítulo, vemos o uso da palavra “fruto”, assim como o ato do plantio e os resultados dessa árvore bem plantada — tudo o que ela faz prospera.

A edição de número 100 da Revista Renascer, que está em suas mãos, é resultado de boas sementes, uma terra bem arada e cultivada, somadas à dependência do Nome que é o maior responsável por toda a colheita. Neste texto, o convite é para que nós também sejamos reconhecidos pelo o que somos chamados a gerar — frutos que permanecem.

As sementes

Para muitos, o mais lógico seria começarmos a partir da análise da terra, mas, comecemos pelas sementes. Nas Escrituras, as sementes representam a própria Palavra.

Uma das parábolas que mais evidenciam a importância das sementes e dos frutos na vida de todo aquele que confessa o Evangelho de Cristo é o que conhecemos como “a parábola do semeador”, presente no livro de Marcos. Nela, Jesus apresenta um ensino detalhado acerca daqueles que ouvem a Palavra e dos resultados prováveis a depender do terreno em que essas sementes venham a cair (Marcos 4).

“E os que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, um a trinta, outro a sessenta, outro a cem, por um” (Marcos 4:20).

Ao contrário das Escrituras, os textos da Revista Renascer não são infalíveis. São palavras humanas, todavia, não deixam de ser boas sementes. Mas, para que cheguem ao estado de sementes produtivas, há muito trabalho a ser feito. Por dois anos, acompanhei de perto todo o processo — a escolha das temáticas, o cuidado para selecionar cada escritor, a revisão minuciosa de cada linha, a preocupação com as vidas atingidas.

Isso é zelo com a Palavra, além de temor por aquilo que cada linha aqui inserida poderá gerar nas famílias que as recebem mensalmente. Sabemos que, em meio às avalanches de informações, é imensa a responsabilidade de entregar conteúdos justos, íntegros e que revelam a Verdade (Efésios: 8-10).

No entanto, por melhores que sejam as engrenagens que mantêm toda a operação em andamento, tudo seria em vão sem a ação do Espírito Santo. Esse reconhecimento é válido tanto para a Revista Renascer, quanto para nós, servos do Senhor.

Em muitas ocasiões, sabendo que temos a responsabilidade de plantar boas sementes e de revelar o Evangelho aos que ainda não creem, nos preocupamos de forma exagerada apenas com as nossas próprias capacidades. Sem dúvidas, é nosso dever manter uma rotina imersa nos estudos da Palavra,  buscar a santidade e o exercício das disciplinas espirituais.

Por outro lado, sem a operação do Senhor, tudo isso ainda seria pó, matéria para a nossa própria vaidade. Frutificamos apenas porque estamos enxertados na videira verdadeira.

A terra

 “Quem tem ouvidos para ouvir… ouça”, essa é a sentença que Cristo utiliza em inúmeros contextos bíblicos, no momento que antecede mais uma narrativa contada aos seus discípulos e ao povo que o cercava. Sem muita atenção, podemos concluir que todos — exceto aqueles com alguma deficiência auditiva — se tem ouvidos, logicamente ouviriam.

Porém, quando Cristo ressalta os que tem ouvidos para ouvir podemos inferir que há pessoas do tipo que ouvem, mas não escutam. Mais a frente, no caso da parábola do semeador, Ele cita tipos de solo que, por mais que recebam a semente da Palavra, se tornam improdutivos, incapazes de gerar bons frutos.

Ao longo das 100 edições da Revista Renascer, é possível controlar a qualidade da semente, isto é, cada texto, reflexão e ensino lançados à comunidade. Contudo, é você, amado irmão, quem deve exercitar o autoexame para saber que tipo de solo representa.

Ansiamos pelas bênçãos e pelo crescimento espiritual que são obras do Espírito, mas se gastamos pouco tempo no cultivo do solo, ele se torna farto em sementes, mas sem o necessário para impulsionar o ciclo completo do plantio e da colheita.

Os frutos

O ciclo das plantas frutíferas inicia-se com uma semente sendo plantada no solo. Processos repetitivos, labuta, paciência, constância — palavras que fazem parte de uma colheita. Não é diferente em nossa própria jornada de frutificação enquanto cristãos.

Nesse sentido, é certo que Deus pode realizar obras rápidas e, em alguns casos, podemos sentir que estamos vivendo um acelerado crescimento espiritual, com grandes revelações e milagres a serem contados. Deus pode fazer todas essas coisas.

No entanto, é chegado o tempo em que o bom e perfeito Semeador encontre filhos maduros, irrepreensíveis de sol a sol, firmes e perseverantes em meio a chuva de cada entardecer. Filhos que participam da obra que o dono de toda Terra está promovendo no mundo, confiantes de que Ele prepara a semente e ara o bom solo.

“Mas as que caíram em boa terra são os que, com coração bom e genuíno, ouvem a palavra e a retêm, e que produzem uma colheita com perseverança.” (Lucas 8:15).

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