Corpo cansado, coração em alerta

imagem: envato

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus 11:28-30).

Para tudo há um manual de instruções, e com o ser humano não é diferente. A Bíblia é esse guia, que nos traz um conjunto de preceitos, princípios e orientações que garantem não apenas a nossa saúde espiritual, mas também a saúde mental e física.

Quando alguém procura um consultório médico com queixas de cansaço, uma série de possibilidades é considerada. O mais comum é iniciar investigando causas orgânicas, e apenas depois, por exclusão, pensar em fatores emocionais. A definição médica de cansaço é ampla: pode ser resultado de esforço físico, mental, de alguma doença ou mesmo do tédio. Isso explica por que a medicina prioriza causas físicas no início da avaliação.

Já na entrevista clínica, certas pistas são reveladoras. Um paciente obeso, por exemplo, aponta para a fadiga provocada pelo próprio peso corporal. Imagine carregar consigo, diariamente, cinco ou seis sacos de arroz. A composição do corpo também importa: um abdome avantajado, combinado com braços e pernas sem tônus, revela um organismo desadaptado ao esforço físico.

Se afastamos causas como obesidade, sedentarismo e fraqueza muscular, é necessário investigar questões mais profundas. O funcionamento do corpo depende de combustível: oxigênio e nutrientes, principalmente glicose, a forma mais acessível de energia. Por isso, uma alimentação equilibrada e pulmões saudáveis garantem ao sistema circulatório o transporte desses elementos até o último fio de cabelo e o dedão do pé.

Quando sentimos indisposição, a origem pode estar em qualquer um desses pontos. Observar os olhos (conjuntiva) e solicitar um hemograma ajudam a excluir anemia como causa do desânimo. Por outro lado, ruídos no coração, batimentos irregulares, inchaço nas pernas e falta de ar, mesmo em repouso, podem indicar problemas cardíacos. Exames como o teste ergométrico e o ecocardiograma ajudam a confirmar essa suspeita.

Além disso, saber se o paciente fuma ou ouvir um chiado no peito são dados valiosos. O pulmão, sendo a fonte de oxigênio, quando comprometido, dá sinais claros de que “a reserva de ar está se esgotando”, como num afogamento lento. Mas, se todas essas causas forem descartadas, entramos em um terreno mais delicado: a saúde mental.

Apatia, fraqueza, sono não reparador, tudo pode apontar para desequilíbrio emocional. Uma noite mal dormida, por exemplo, pode gerar intensa exaustão. É preciso considerar causas como a apneia do sono, em que tecidos da garganta obstruem a passagem de ar, reduzindo a oxigenação do sangue. Entretanto, é mais comum que a origem do cansaço seja o acúmulo de preocupações: com as contas, a família, o futuro do país. Ansiedade e depressão, verdadeiras epidemias modernas, estão entre os maiores contribuintes para a exaustão emocional. Dormimos mal, acordamos indispostos, e perdemos o prazer nas tarefas diárias.

Um estudo publicado em janeiro de 2025 pela revista Global Heart, da Liga de Hipertensão da Universidade Federal de Goiás, intitulado “Spirituality-Based Intervention in Hypertension: Effects on Blood Pressure and Endothelial Function”, mostrou que emoções positivas, como gratidão, otimismo e perdão, contribuíram significativamente para a redução da pressão arterial em pacientes hipertensos. Esses pacientes receberam mensagens diárias via aplicativo com vídeos, reflexões rápidas e tarefas simples. O grupo que recebeu a intervenção teve melhores resultados em comparação com o grupo que não teve acesso ao conteúdo espiritual e motivacional.

Isso nos lembra que, sim, devemos buscar profissionais qualificados, psicólogos, psiquiatras, cujas técnicas e medicações podem aliviar profundamente o sofrimento. Mas também precisamos lembrar o que Jesus nos ensinou em Mateus 11. Por isso, descanse no colo do Pai, pois Ele nos oferece descanso verdadeiro, aquele que nenhuma medicação ou programa de saúde pode substituir.

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