“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna.” (Gálatas 6:7-8).
A vida espiritual e emocional é regida por uma lei invisível, mas infalível: a lei da semeadura e da colheita. Esse não é apenas um princípio agrícola, é um decreto de Deus que atravessa gerações e governa os bastidores da alma humana. O Senhor é o observador de cada semente que lançamos e d’Ele não podemos nos esconder.
Assim como a terra devolve exatamente o que recebe, na mesma espécie, mas multiplicado, o coração humano também responde às sementes que nele são depositadas diariamente.
Muitos desejam colher paz, estabilidade emocional, contentamento e leveza, mas se abrirmos o solo da alma, o que encontraremos? Talvez sementes de ansiedade, comparação, ressentimento, autocobrança ou culpas antigas que insistem em permanecer. Pequenas sementes, quase imperceptíveis, são plantadas nas escolhas mais silenciosas: no que pensamos antes de dormir, nas conversas que temos ao longo do dia, nos conteúdos que consumimos, nas memórias que escolhemos revisitar.
A alma é um campo fértil, mas também vulnerável. O que você rega todos os dias se tornará dominante dentro de você. É possível que, sem perceber, você tenha investido mais energia em regar medos do que fé, mágoas do que gratidão, preocupações do que esperança.
A lei da semeadura nunca se apressa, mas também nunca falha. Entre o plantar e o colher, há um processo invisível: a semente se torna raiz, a raiz se torna caule, e o caule, fruto. Nesse intervalo, muitos desanimam ou tentam colher o que nunca plantaram. Não há como colher paz sem semear tempo a sós com Deus. Não há como colher maturidade sem semear perdão. Não há como colher estabilidade emocional sem semear pensamentos alinhados à verdade.
Talvez hoje seja o dia de examinar seu campo interior. O que está crescendo dentro de você? Será sua alma um jardim de descanso ou um terreno árido, coberto por ervas daninhas emocionais?
A boa notícia é que Deus é especialista em recomeços. Não importa a colheita amarga de ontem, ainda há tempo de preparar o solo, arrancar o que não edifica e plantar algo novo, guiado pelo Espírito Santo.
Então, podemos escolher, a partir de hoje, sementes diferentes: palavras de vida, pensamentos saudáveis, orações sinceras, gratidão constante. Essas sementes transformarão sua paisagem interna e inevitavelmente transbordarão em suas atitudes, relacionamentos e decisões.
No fim, a colheita será sempre coerente com a semeadura. Se a semente não for boa, o fruto não será bom, porque cada um reproduz segundo a sua espécie. Então, que espécie queremos ser? Homens e mulheres segundo o coração de Deus, amém?
Semear no Espírito é plantar vida abundante: segurança, amor, longanimidade, benignidade, bondade, fé, alegria e domínio próprio. Já semear na carne é antecipar um cenário de destruição: ciúme, brigas, imoralidade, confusão e corrupção da alma. Por isso, andar no Espírito significa não satisfazer os desejos da carne.
A Palavra nos ensina a escolher a semente da sabedoria e alimentar o nosso interior com o Espírito de Deus. E quando isso acontece, algo extraordinário se manifesta: o passado perde força, as coisas velhas ficam para trás e nasce em nós uma novidade de vida. Porque quem está em Cristo é nova criatura e novos campos sempre produzem novas colheitas.
No fim, a pergunta que ecoa é: o que você tem permitido crescer dentro de si? Porque o que germina no silêncio do seu coração um dia será visível aos olhos de todos. E se hoje o seu campo não estiver saudável, lembre-se: o Agricultor Jesus está pronto para ajudar a limpar o terreno do seu coração, replantar, regar e cuidar. Basta entregar a Ele suas sementes e confiar no processo. Pois a colheita virá e que seja uma colheita que glorifique a Deus.