Solidariedade: fé e compromisso

imagem: envato

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As atividades de voluntariado atravessam as histórias pessoais, profissionais e cristãs de muitos de nós. Não são raras as oportunidades de sermos solidários, estendendo uma mão de socorro àqueles que sofrem, como também não são incipientes as nossas participações em ações de tal natureza. É inquestionável a importância da doação de cesta de alimentos a uma família que se encontra em situação de dificuldades. É de valor extremo proporcionar a uma criança exposta à vulnerabilidade o acesso ao material escolar ou a um medicamento.

Muitas vezes menosprezamos o potencial do ato de solidariedade e abrimos mão de participar dessas ações, julgando-as complementares, quando estas são a real expressão do verdadeiro amor de Deus. Todos nós conhecemos as passagens bíblicas que nos orientam acerca do pobre, do órfão e da viúva. Ninguém nega a relevância do texto de Tiago 1:27 (NVI), segundo o qual a religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades. Mesmo assim, instituições e ações de apoio a estes, gravitam em torno dos muros das igrejas, como se a elas não pertencessem, a espera de uma oportunidade na agenda de temas para a pregação, ou ainda um encaixe conveniente na liturgia do culto.

Cada vez temos buscado mais respostas, mais consolos, mais curas e temos nos recusado a sermos instrumentos na vida do outro. Uma visão centrada em nós mesmos faz com que vejamos apenas “nossos problemas”, e nos priva de ações que são plenas de momentos de amor e cura. Quem experimenta servir ao outro, cuidando de suas feridas, certamente será tratado em suas próprias mazelas. Muitos de nós testemunhamos esse milagre e a Palavra de Deus nos avaliza.

Apesar disso, temos um cenário contrastante e antagônico: por um lado o número de cristãos declarados seguidamente aumenta, por outro também aumenta o número de pessoas em situação de rua, aumenta o número de crianças vitimadas em seus lares e aumenta o número de homens e mulheres que suicidam.

Um grande desafio se impõe à igreja nestes tempos. Um desafio lançado a mais de dois mil anos e que tem sido insuficientemente cumprido: sermos sal, sermos luz. Se fossemos sal, se fossemos luz, nossa cidade que é destaque em número de cristãos, não seria referência nestes outros quesitos. Como podemos ser tantos e não fazermos diferença? Como podemos ser tantos e sermos irrelevantes em nossa comunidade local? Como podemos ser tantos e não sermos suficientes?

Não é um acaso existirem estudos desenvolvidos por grandes universidades, que pesquisam a “irrelevância dos cristãos” hodiernamente. Certamente algo nos falta. Nossa insipidez, nossa escuridão, nossa fraqueza, nossa pobreza, tudo em nós precisa de um realinhamento. A ação social, a solidariedade, a atuação em favor do próximo, as boas obras são ferramentas bastante eficazes para comunicarmos o amor de Deus, cumprirmos o ide, bem como crescermos na fé e no compromisso. Ainda é tempo de aprendermos com a parábola do Bom Samaritano, ainda é tempo de aprendermos com Jesus.

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