Família: o propósito de Deus para as gerações

imagem: envato

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“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do
SENHOR; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais,
para que eu não venha e fira a terra com maldição!” (Malaquias 4.5-6).

A família é o núcleo da sociedade, nela se estabelece os padrões de conformação da personalidade da futura geração. A prática da autoridade, faltas, excessos, ausências, abusos, entre outros acontecimentos, tudo isso pode promover distorções graves na formação moral de uma pessoa.

O fato é que quando temos uma ruptura no relacionamento com os nossos pais, isso afeta o nosso relacionamento com Deus. Se falharmos em nosso próprio lar, a tendência é nos frustrarmos também em nossa vocação com Deus. O propósito do Senhor para a família é transmitir os valores do Reino de Deus para as Nações.

Assim como um grande maquinário, cuja operação depende do funcionamento harmônico de suas engrenagens, a família também depende da relação harmônica entre os seus membros, na qual cada um exerce a função que lhe é de direito (e de dever) cumprir. Se ocorrer alguma falha nessa dinâmica, certamente implicará em consequências na vida destes últimos em seu futuro.

Por isso é importante avaliarmos a nossa própria história familiar em um contexto mais amplo, pois quebras de princípios de autoridade são extremamente nocivas e podem comprometer inevitavelmente a nossa vida.

No livro “O Avivamento do Odre Novo, do Pastor Marcos de Souza Borges (Coty), é apresentado um rico conteúdo sobre princípios exercidos e transmitidos pelos pais. Nesse texto,  faço uma junção dos ensinos apresentados pelo Pr. Coty em seu livro com aquilo que tenho vivenciado como conselheiro.

Princípios exercidos e transmitidos a figura paterna: o relacionamento com o nosso pai biológico é uma preparação para um relacionamento livre com a paternidade Divina. O modelo de autoridade paterno é responsável por transmitir aos filhos:

  • Governo: o homem é o maior responsável, diante de Deus, por seu lar. As Escrituras Sagradas deixam claro que assim como Cristo é o cabeça da igreja, o marido é o cabeça da mulher (cf. Efésios 5.23). E como já citado anteriormente, é princípio bíblico que o homem que almeja exercer ministério, especialmente como um pastor, seja antes de tudo um honrável homem de Deus em seu lar, esposo de uma só mulher, que cria os filhos sob disciplina, em suma, que governe bem a sua casa (cf. 1 Timóteo 3.1-5).

O homem deve  ser o pastor do seu lar, e isso não é apenas um requisito para quem deseja exercer o ministério em tempo integral, é um exemplo de vida cristã para todos os homens. Entendo que se um homem de Deus não sabe cuidar de sua esposa, de seus filhos, de seu lar, ele deveria ter a hombridade de entregar o seu ministério e cuidar primeiramente de sua casa.

O casamento é uma das principais “escolas” de Deus para trabalhar o caráter de uma pessoa, e se o homem falhar na “escola” do casamento, certamente falhará no ministério. Enquanto você não  souber governar espiritualmente sua própria esposa e não ensinar, educar e disciplinar seus filhos, você não pode ser reconhecido como alguém que se tornou de fato um homem de Deus. Quando esse governo nos moldes bíblicos é exercido pelo pai, os filhos são forjados em seu caráter, sendo desenvolvido nos mesmos a clareza de distinguir funções, responsabilidades, etc.

  • Propósito: um outro aspecto fundamental na figura paterna é o senso de propósito. Quem tem propósito na vida sabe quem é na vida e para o que foi projetado, tendo, portanto, orientação e direção, sabendo discernir a sua vocação.

Pessoas que tiveram um pai presente têm uma facilidade natural e sobrenatural de entender o propósito para o qual elas existem. Com certa facilidade, desde a infância, por vezes, já sabem o que desejam para o seu futuro. O relacionamento de intimidade e amizade com a figura paterna estabelece um referencial de orientação.

  • Liderança: o modelo de autoridade paterno é responsável em relação aos filhos pelos elementos que fundamentam a capacidade de liderança, sendo elas a direção, os limites e a segurança. Direção é o senso de orientação e propósito, a capacidade de discernir a vocação, de saber o que se quer na vida. Limites estabelecem a noção de sanidade, esse é o aspecto fundamental do caráter.

Todo ser humano precisa de limite, pois ele é a base na qual se constrói o senso de sanidade e lucidez de uma pessoa. O pai afirma essa consciência moral dos filhos. Já o posicionamento, espírito de presença, iniciativa e provisão, comunicam segurança e descanso para os filhos.

  • Identidade: o pai afirma tanto a masculinidade do filho quanto a feminilidade da filha, mas, especialmente do filho. Como todos nascemos de nossas mães, as meninas já sabem naturalmente o que é “ser mulher”, já o homem não, para ser forjado nele o “ser homem”, é importantíssima a presença da figura paterna.

A homossexualidade, por exemplo, ocorre justamente quando há uma disfunção nessa presença paterna ou materna, com suas ausências ou excessos.

Princípios exercidos e transmitidos a figura materna: a mãe é a preparação para o nosso relacionamento com o Espírito Santo. Através da mãe, aprendemos a receber e somos alimentados. O modelo de autoridade materno é responsável em relação aos filhos pelos elementos que fundamentam uma capacidade administrativa, sendo eles: vínculos, nutrição e organização.

  • Vínculos: desinibição, naturalidade em estabelecer relacionamentos. O equilíbrio temperamental é uma herança que provém principalmente da mãe.
  • Nutrição: ser atencioso, possuir uma capacidade de exercer cuidado, atenção e apoio, além de ter a noção de solidariedade e amor, são características que dependem essencialmente da presença e do perfil da mãe.
  • Organização: enquanto o pai governa o lar, a mãe edifica o lar. Ela é a organizadora da casa, provendo um ambiente de ordem e ao mesmo tempo aconchegante. Isso exerce um efeito na vida interna dos filhos. E uma vida interior organizada sempre se exterioriza.

A vontade do Senhor é que nos tornemos “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Filipenses 2.15). Paulo traz aqui a ideia de um navegante que está em alto-mar, no meio de densas trevas, sem conseguir ver com precisão aquilo que está a um palmo de sua vista, sem ter em mãos bússola ou qualquer outro instrumento que auxilie em sua navegação, a não ser as estrelas do céu, os “luzeiros” dão a direção, apontam para o caminho certo.

Nós – o que inclui toda a nossa família, evidentemente – devemos ser esses instrumentos que apontam para Cristo, mesmo vivendo nessa sociedade completamente perdida e carente de moral, devemos ser luzeiros que mostram para o perdido o caminho a ser tomado.

Jesus também nos diz que devemos ser a “luz do mundo”, para que a nossa luz brilhe diante dos homens, para que eles contemplem as nossas boas obras e glorifiquem o Pai (cf. Mateus 5.14-16).

Uma família alinhada com Deus: a minha oração é que Deus transforme os nossos valores, convicções e propósitos, que o nosso coração seja alinhado completamente com o coração de Jesus, o que redundará em uma vida e família que não anda segundo o curso deste mundo, mas que existe e vive para cumprir a vontade de Deus.

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