A cura do cego Bartimeu

imagem: envato

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“E eis que dois cegos, assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! E a multidão os repreendia, para que se calassem; eles, porém, cada vez clamavam mais, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! E Jesus, parando, chamou-os, e disse: Que quereis que vos faça?
Disseram-lhe eles: Senhor, que os nossos olhos sejam abertos. Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo seus olhos viram; e eles o seguiram”. (
Mateus 20:30-34).

A passagem do cego Bartimeu, que era filho de Timeu, aparece descrita na Bíblia nos Evangelhos de Mateus, Lucas e Marcos. Nesses textos, é interessante observarmos as diferenças ao trazerem informações. Lucas, por exemplo, menciona dois cegos, Mateus fala sobre “saindo de Jericó” e Marcos, “chegando a Jericó”.

Isso acontece por se tratar de livros sinópticos, onde temos um mesmo fato descrito e narrado por autores diferentes. Desse modo, entende-se que há aspectos individuais e culturais envolvidos pelos autores na descrição e citação de pessoas. Além disso, também há diferenças em relação à posição geográfica da cidade de Jericó, uma vez que a mesma já tinha sido invadida e por isso, foi construída e reconstruída em locais diferentes.

No entanto, mesmo com a diversidade de informações, não temos divergências na mensagem principal do texto. É como se tivéssemos três pessoas vendo um vaso de flores em uma sala e descrevendo-o de formas distintas, segundo o ponto de onde cada um está na sala. Contudo, os relatos não deixarão de ser uma descrição fiel de um vaso de flores.

Sendo assim, gostaria de apontar um “dedo” nessa história teológica e destacar a pergunta de Jesus ao cego Bartimeu, que tanto clamava por seu nome e por misericórdia. Disse Jesus: “O que queres que eu te faça?”. É estranho ouvir esse questionamento, uma vez que o “autor de grandes milagres” se deparou com um cego que pedia esmola. Com certeza, nessa situação, o primeiro pensamento é a cura do tal cego. Porém, mesmo estando clara tal circunstância, a pergunta de Jesus vai além.

Nessa história, chamo a sua atenção para algo: o respeito ao livre arbítrio. Jesus não era invasivo e com certeza iria respeitar o pedido do cego, ainda que fosse algo que atendesse somente a necessidade momentânea, como por exemplo dinheiro, comida, etc. Sem dúvida, Bartimeu enfrentava muitos problemas imediatos, pois tinha perdido o seu sustento e era, portanto, pedinte, e não tinha outra fonte de renda. Além disso, ele enfrentava constrangimentos ao ter que explicar para os fariseus tudo o que ocorrera com ele. Outro aspecto interessante sobre Bartimeu é a compreensão dele que, mesmo sem ver, ele sabia que estava diante de Cristo e sabia também o que Jesus era capaz de fazer. Por esse motivo, tal posicionamento levou o cego a ser claro em sua resposta diante do Mestre.

Assim, tratava-se, portanto, não somente de um milagre para voltar a enxergar o mundo, mas também de ser salvo e liberto das trevas. Infelizmente, muitas pessoas hoje em dia não estão prontas para receber a verdadeira liberdade do Evangelho e o tal milagre. O fato é que o milagre, a cura e a liberdade sempre tem um preço, e nesse sentido, pressupõe uma vida fora da zona de conforto, que inclui o enfrentamento de medos e o reconhecimento de Cristo como Senhor e Salvador, sendo assim obedientes a Ele e a Sua Palavra.

O cego Bartimeu foi curado e com isso toda a sua vida foi transformada. Hoje, pense na pergunta de Jesus:  você realmente está disposto (a) a ter sua vida transformada pelo Evangelho, ou deseja apenas um socorro no momento oportuno? Portanto: o que você quer realmente que Jesus faça por você?

Meu desejo é que o seu encontro com Jesus venha gerar transformação em todas as áreas da sua vida, e que o Senhor te abençoe de forma extraordinária, hoje e sempre.

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