Ao final de cada ano, é comum refletirmos sobre os progressos e desafios vivenciados nos últimos meses. À medida que nos aproximamos do fim de 2023, é possível que você, cristão, assim como eu, também esteja propenso a uma introspecção sobre a volta de Cristo. Essa análise cuidadosa e significativa deve incluir, sem dúvida, considerações sobre o contexto global que nos envolve. Então vamos lá?
É provável que hoje tenhamos um grande número de pessoas frequentando igrejas, mas com baixa espiritualidade. Infelizmente, mesmo com tudo o que está acontecendo no mundo, vemos uma religiosidade farisaica e superficial. Muitas pessoas não conseguem experimentar uma imersão mais profunda de Deus no “Rio de Águas Vivas” mencionada pelo profeta Ezequiel. Leonard Ravenhill fala sobre um paganismo civilizado, com templos repletos de ídolos e milhões de pecadores hipnotizados e dominados pelo pavor. Poderia eu acrescentar nessa lista a dúvida, a insegurança e a incerteza que nos leva a uma fachada de religiosidade, com um coração carnal e empobrecido espiritualmente.
Vamos analisar juntos: se ao menos em parte o homem é produto do meio, então isso significa que podemos ser absorvidos por um “inimigo invisível” que drena sorrateiramente nossas energias físicas e espirituais, nos entupindo com lixo que, ao longo dos anos, torna nossa jornada terrestre pesada e penosa. A questão é: estou me precavendo para ao menos minimizar os efeitos nocivos dos quais sou “vítima”? Estou realmente à espera do meu Rei?
Diante desse cenário conturbado, tenho buscado mais quebrantamento diante do Senhor na ânsia de encontrar respostas para a minha insatisfação pessoal. Ao perceber o perigo que corro vivendo neste mundo que jaz do maligno, tenho buscado em Deus a paz que excede todo o entendimento humano. Agora como Cristão maduro na fé, percebo que o faço, não porque sou “bonzinho”, mas por compreender que é minha única opção.
Se quero ser como uma árvore plantada à beira do ribeiro que produz bons frutos, tenho que, necessariamente, passar pelo processo que me leva ao propósito de Deus em minha vida. Assim, escolher qualquer outro caminho, seria ser um peregrino errante, conforme John Bunyan preleciona: um filho pródigo que sofrerá consequências desastrosas até a volta do Pai.
A questão é: tenho visão para enxergar os perigos que corro, absorver a sabedoria que vem do trono de Deus e agir de acordo com seus ensinamentos? Se não bebermos da fonte correta, aquela que saciou a samaritana, morreremos no deserto, porque teremos mentalidade de deserto. Há “cristãos de final de semana”, murmuradores nos dias de luta, e que não vivem a grande expetativa para a volta do nosso Rei.
Às vezes mendigamos à mesa do Pai, enquanto que há um banquete espiritual à nossa disposição, e assim, desmerecemos a obra da Cruz. Que vergonha sinto ao não confiar no Pai. Você não sente? A obra já foi consumada, mas estou peregrinando nesta terra, sofrendo os males que os não cristãos sofrem. Minha fé se quer é do tamanho de um grão de mostarda e por esse motivo não conseguimos nutrir a grande expectativa para a volta do filho de Deus.
A verdade é que estamos distraídos com as coisas desse mundo (que são muitas) e por isso, muitos podem ser pegos de surpresa. Como é difícil manter o foco, não é mesmo? Mas, a boa notícia é que Deus pode fazer tudo e infinitamente mais, MAS, “conforme o Seu poder em nós”.
Além de Rei, Ele também é um Pai amoroso e que aprecia a nossa interação (oração) com Ele. Por isso, se estivermos integrados com o Pai, certamente manteremos o foco, pois Ele sempre acerta a nossa visão turva, advinda de um coração contaminado, enganoso e enganado por valores materiais e efêmeros que corrompem os nossos maiores e melhores desejos espirituais.
Com a visão correta, passamos a nos sentir pertencentes ao Reino dos Céus, filhos da Graça, empoderados pelo Espírito Santo, herdeiros do Rei dos Reis e dessa forma, conseguimos intervir de forma positiva na vida daqueles que amamos.
Assim, em nossa jornada precisamos aguardar com grande expectativa a volta do Rei. A promessa Divina nos sustenta, e a nossa espera não é passiva, mas cheia de esperança ativa e fé perseverante. Como cristãos, somos peregrinos nesta terra, ansiosos pela plenitude do Reino de Deus que será revelada na segunda vinda do nosso Rei, Jesus Cristo.
Neste período de espera, somos chamados a viver com uma antecipação santa, buscando viver princípios do Reino, mesmo antes de sua consumação completa. Enquanto aguardamos a gloriosa aparição do Rei, cultivamos o amor, justiça e compaixão, construindo um reflexo do Reino aqui e agora.
Que esta temporada de espera não seja apenas um intervalo, mas um tempo de crescimento espiritual. Maranata, vem, Senhor Jesus!