A pressa é amiga da depressão

imagem: envato

O ritmo da vida moderna tem a velocidade como padrão, e por esse motivo a pressa se tornou a sua maior aliada. O discurso de que vinte e quatro horas do dia é pouco tempo para a realização dos muitos afazeres tem se tornado cada vez mais comum.

A verdade é que muitos têm a percepção de que o tempo está passando mais rápido devido a quantidade exagerada de compromissos, o que gera um sentimento de ineficiência e frustração, resultando no aparecimento de várias doenças. Diante disso, é importante destacar alguns dos problemas decorrentes desse modo de viver: prejuízos para a saúde do corpo e da mente; baixa qualidade de vida; relacionamentos superficiais; irritabilidade; baixa tolerância à frustração e comportamentos depressivos.

Estudos baseados nas neurociências confirmam que a percepção do tempo acelerado está relacionada ao que sentimos e a forma como vivemos. É uma sensação que envolve as áreas do cérebro ligadas à memória, à emoção e aos neurotransmissores, que ocorre quando os níveis de dopamina no organismo estão elevados.

A dopamina está relacionada à busca por coisas novas, enquanto a serotonina com a valorização do que já obtém. Nesse sentido, viver em equilíbrio é essencial, isto é, ter motivação para conquistar, mas não menosprezar o que já conquistou. Posso citar como exemplo a pessoa que trabalha durante o dia e, ao anoitecer, toma um banho e contempla a sua família, amigos e vida com Deus. Devemos buscar sermos profissionais de sucesso que sabem exercer bem a função de pais, amigos e valorizam as disciplinas espirituais, felizes com o que vivem.

No caso de pessoas que vivem no sentido dopaminérgico, há a presença de um comportamento viciado, que não aproveita os momentos. Aqueles que adquirem muitas riquezas têm essa tendência, são infelizes e deprimidos, porque não valorizam as conquistas. Segundo a teoria de Viktor Frankl, a vida precisa ser vivida com significado, sentido e propósito.

Por isso, alguns repertórios básicos precisam ser desenvolvidos, como: investir no autoconhecimento para gerenciar melhor as ações e emoções; ajustar o foco da atenção para o momento presente; saber manejar as informações disponíveis no “agora”, pois isso ajuda a renunciar o controle; treinar a formação de bons hábitos e desaprender os ruins, pois para abolir um hábito ruim é preciso dificultar o acesso a ele e, para formar os hábitos positivos é necessário facilitar a criação deles.

Além disso, ser grato e criar boas memórias ao longo da vida, contribuirão para fazer a vida valer a pena. Dessa forma, o cristão consegue alinhar a sua vida com Cristo e entende que a velocidade que Ele deseja que vivamos é seguir o que diz o apóstolo Paulo em Filipenses 4.8,11-13: “Finalmente, irmãos, pensem em tudo o que for verdadeiro, tudo o que for digno de respeito, tudo o que for justo, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, em tudo o que houver alguma virtude ou algo de louvor. Aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece”.

Essa passagem nos confere a segurança de que, em Jesus, encontramos alegria e paz plena, ainda que em tempos difíceis, pois a nossa esperança está firmada n’Ele, o Deus que tem o mundo em suas mãos. É preciso, então, colocar a pressa em seu devido lugar, apreciar o percurso da vida, considerar as prioridades e não renunciar aos nossos valores.

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