Quando pensamos em dízimo e ofertas, automaticamente nos lembramos do versículo mais mencionado sobre esse assunto. Ele se encontra em Malaquias 3:10: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos. Se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”.
Entendemos que o dízimo e as ofertas são estabelecidos como uma garantia que haverá suprimento na casa do Senhor. No entanto, muitos de nós, não conhecendo bem as Escrituras, supomos que se trata da “antiga lei” de Moisés. Porém, antes mesmo dessa lei ser entregue a Moisés pelo próprio Deus, a Bíblia nos mostra que essa era uma prática comum.
Em Gênesis 14:20 lemos que: “… Abrão deu o dízimo de tudo”. Em Genesis 28:20: “E essa pedra que hoje coloquei como coluna servirá de santuário de Deus; e de tudo o que me deres certamente te darei o dízimo”.
Passado a lei, o apóstolo Paulo em todo o capítulo 9 de 1 Coríntios, nos traz uma reflexão com muitas perguntas retóricas, onde afirma que esse princípio pelo qual os ministros de Deus são sustentados (na lei), não é da Lei, mas sim trata-se de provisão divina e eterna. Veja o relato de Paulo em 1 Coríntios 9: 8-10:
“Porventura, falo isto como homem ou não o diz também a lei? Porque na lei de Moisés está escrito: não atarás a boca do boi, quando pisa o trigo. Acaso, é com bois que se preocupa? Ou é, seguramente, por nós que ele diz? Certo que é por nós que está escrito; pois o que lavra cumpre fazê-lo na esperança; o que pisa o trigo faça-o na esperança de receber a parte que lhe é devida”.
Nesse versículo, Paulo menciona a lei e o fato de “receber o benefício da força do boi, para tração do arado e debulhar trigo, mas impedi-lo de se alimentar enquanto trabalha”, isso se caracteriza como um princípio egoísta, o que foge completamente aos princípios cristãos. A ideia do dízimo expõe que aqueles que nos ministram não necessitem trabalhar com recursos naturais, mas sim, espirituais.
“Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve o altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o Evangelho que vivam do Evangelho”. (I Coríntios 9.13-14).
Já no versículo 13 e 14 do mesmo capítulo, Paulo novamente correlaciona a lei com a nova aliança, mostrando que esse princípio continuava vigente, pois como foi mencionado acima, trata-se de um princípio Eterno, Divino e Espiritual. Também podemos trazer à nossa memória a declaração do próprio Senhor Jesus: “Dai a César o que é de César, e a Deus, o que é de Deus”. (Lucas 20:20-26).
A questão não é apenas o ato de dizimar, mas a qualidade do dizimista, ou seja, o seu coração e a sua obediência, e isso requer de nós uma atitude extraordinária de sacrifício e fé.
Portanto, o dízimo se caracteriza muito mais do que um ato de gratidão, mas um princípio espiritual e por esse motivo, reivindica de nós uma postura de fé e amor, com o entendimento de que não há nada mais gratificante do que poder contribuir com a obra do Senhor e para a manutenção do Reino de Deus, visto que recebemos d’Ele incontáveis bênçãos.
Ótimo texto, e assunto interessante.