Manter uma convivência saudável entre os filhos é uma obrigação dos pais e, como mãe de 2 filhos, um menino e uma menina, o meu papel foi importantíssimo. Em Salmos 128:3 é dito que: “teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa”. O salmista descreve o relacionamento entre pais e filhos com o momento de confraternização ao redor de uma mesa. Contudo, sabemos que esta cena é cada vez mais rara no meio das famílias e a pergunta que gostaria de fazer para você, caro leitor, é: como manter os filhos ao redor da mesa, se não há amizade verdadeira entre eles?
A maioria dos conflitos que surgem na relação entre pais, filhos e irmãos tem origem na falta de comunicação dentro de casa. De um lado, os filhos, principalmente na adolescência, geralmente pensam que os pais só querem impor regras e proibir. Do outro lado, os pais podem pensar que os filhos só querem permissões e no final das contas, os conflitos só escondem uma verdade: a necessidade de querer ser amado pelo outro.
Cada fase apresenta as suas dificuldades e seus desafios, o fato é que precisamos sempre buscar formas de construir e manter um nível de intimidade que perdure pelo resto da vida. Por mais que as crianças cresçam e surjam problemas na relação, a confiança, o respeito e o diálogo devem estar sempre presentes na família.
O relacionamento entre irmãos tem relevância particular, já que a proximidade entre eles favorece a formação de vínculos duradouros, baseados no respeito e companheirismo, atributos esses que repercutem em seus relacionamentos externos. Além do laço sanguíneo estreito, em geral, há uma ligação afetiva forte, construída, sobretudo, pela convivência diária, compartilhamento de experiências, apoio emocional recíproco e amor que nutrem um pelo outro. No entanto, como em qualquer outro tipo de relação humana, a interação entre irmãos pode apresentar diversos obstáculos e desafios.
Para contribuir com o estabelecimento de um relacionamento baseado em respeito e companheirismo, é importante que a família promova atitudes que fomentem a confiança, a empatia, o respeito, a harmonia e a estima entre eles. Essa relação é, provavelmente, um dos vínculos mais duradouros na vida de uma pessoa.
Assim, quero deixar oito dicas para os pais, que acredito desempenharem toda diferença na criação dos filhos:
- Fortaleça o vínculo fraterno – Crie situações as quais os irmãos atuem em conjunto, com o desenvolvimento de tarefas cotidianas, participação em brincadeiras, compartilhamento de brinquedos, realização de passeios, execução de afazeres escolares e prática de atividades físicas. Estando juntos, os irmãos se tornam cada vez mais companheiros um do outro.
- Estimule também as atividades individuais – É interessante que eles façam atividades em conjunto. Contudo, é importante que eles possam também realizar outras sozinhos. Por exemplo, se um gosta de bateria e o outro de violão, não force que aprendem um dos instrumentos juntos, pois assim, nenhum dos dois irão estar em vantagem em relação ao outro. Além disso, é bom que cada um possa praticar seus gostos de forma singular. Isso mostrará que cada um tem o seu espaço na família e não é necessário haver disputas entre eles.
- Ensine e dê exemplo de tolerância e respeito – É de suma importância que a família mostre ser possível haver discordância e ainda assim existir um ambiente harmônico. O próprio exemplo e o estímulo à escuta e compreensão da opinião do outro, fazem com que as crianças assimilem e internalizem esse comportamento.
- Evite fazer comparações entre filhos – Não fazer comparações é outra forma de evitar conflitos entre os irmãos. Esse é um erro cometido por muitos pais, mesmo às vezes sem perceber. Por isso, tente não elogiar ou corrigir um filho comparando-o com o irmão, afinal uma pessoa nunca é igual à outra. Portanto, é impossível que se comportem e tenham os mesmos resultados que o outro. A verdade é que as comparações costumam fragilizar o emocional e estimular sentimentos de fracasso. Isso porque um filho verá que nunca poderá alcançar os mesmos êxitos que o irmão e assim, agradar os pais da mesma forma.
- Aja com imparcialidade e dialogue – Outra atitude que deve ser evitada é agir de forma tendenciosa. Às vezes, por conhecerem bem um filho, os pais já imaginam o que esperar dele. Por exemplo, se um filho é mais explosivo do que o outro, e uma briga ocorre entre eles, não tome logo um partido. Aja com imparcialidade, ouvindo primeiro o que os dois têm a dizer. O diálogo deve ser a primeira alternativa a ser buscada nesses casos. Por isso, dê o mesmo direito para que ambos se expressem sobre aquele ocorrido. Busque também interferir nos conflitos entre eles só quando necessário. Muitas vezes, os filhos já têm condições de se resolverem entre eles. Afinal, se o diálogo é estimulado na família, logo eles terão a chance de aplicar essa estratégia entre eles. Essa é também uma forma de dar autonomia e estimular o crescimento pessoal dos filhos. Com essa atitude você mostrará também que seus filhos possuem a mesma importância para você, reduzindo as chances de embates entre eles.
- Fortaleça os vínculos familiares – Geralmente, famílias unidas têm mais chances de gerar filhos unidos. Afinal, os filhos tendem a reproduzir os exemplos dos pais ou das pessoas responsáveis pela criação. Por isso, o seu relacionamento com seus filhos também precisa ser exemplo. Isso porque de nada adianta transmitir lições sobre relacionamento se você não se relaciona bem com seu filho e toda a família. Então, busque ter atitudes em prol do fortalecimento dos vínculos familiares. Assim, seus filhos terão uma base forte que os instigarão a buscar a melhorar também o relacionamento entre eles.
- Ensine-os sobre perdão – Por mais que os conflitos sejam menores entre os irmãos, uma hora ou outra surgirá uma situação delicada entre eles. De vez em quando, um pode acabar magoando o outro. Nesse momento, não há nada melhor do que o perdão. Por isso, ensine-os a pedir perdão um para o outro e a se perdoarem. Mostre que, por mais que um tenha entristecido o outro, o perdão genuíno é capaz de curar feridas. Lembre-os que o amor e afeto entre eles devem prevalecer. Certamente, irmãos que se perdoam conseguem construir um relacionamento melhor. Ensine também sobre a diferença entre perdão e desculpas.
- Procura sempre identificar a personalidade de cada um – Cada pessoa possui uma personalidade diferente, também encontramos essas diferenças entre nossos filhos. Identificar a personalidade de cada filho nos ajuda a saber como tratá-los e ajudá-los naquilo que eles precisam.
Criar filhos não é uma tarefa fácil, mas tenho certeza que se Deus trouxe essa incumbência até você, Ele irá te ajudar a crescer e aprender em cada situação.
Fontes: Colégio Paraná, Rede Batista.