“Nele temos a redenção por meio de Seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus, a qual Ele derramou sobre nós com toda a sabedoria e entendimento.” (Efésios 1:7-8).
Tudo começou por meio de um ato grandioso de perdão. Hoje, podemos ver uns aos outros como família, participando em comunhão do corpo de Cristo, apenas porque em um gesto de misericórdia e graça, o Senhor escolheu nos redimir. Com isso, fomos transportados para um lugar de amor e adoção.
Acabamos de comemorar a Páscoa, a celebração do maior ato de perdão que a humanidade já presenciou. Nas Escrituras, lemos em inúmeras passagens que o perdão é uma parte indissociável da essência do que é ser cristão, assim como palavras como generosidade, compaixão e obediência.
Segundo o teólogo e escritor CS Lewis, “o perdão vai além da justiça humana, é perdoar aquelas coisas que absolutamente não podem ser perdoadas”. De fato, existirão situações onde exercer o perdão será uma árdua e dolorosa missão. Na tentativa de sermos perdoadores, diversos muros são erguidos movidos por sentimentos como orgulho, raiva e a intensa sensação de injustiça. Quando acreditamos ter a razão, a ideia de pedir perdão pode parecer ainda mais repugnante. Todavia, é certo que não agimos pela lógica do mundo.
No Evangelho de Lucas, lemos a passagem em que Cristo e seus discípulos foram convidados para um jantar na casa de um fariseu. Ao saber disso, uma mulher logo correu para o local movida pelo grande desejo de prostrar-se aos pés de Jesus, a ponto de beijá-los e ungi-lo com um caro frasco de perfume (Lucas 7). Ali, seus olhos apenas enxergavam o Mestre.
Para os que estavam naquele lugar, aquela mulher carregava um único rótulo: o de pecadora. “Quem é essa que se atreve a beijar os pés do nosso perfeito Mestre?” — provavelmente, essa era a pergunta feita por aqueles que eram incapazes de reconhecer o peso das manchas de seus próprios pecados.
Por conhecer os pensamentos de todos que estavam naquele jantar, Cristo sabiamente diz: “Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama” (Lucas 7:47). Essa é a essência do Senhor a quem servimos — incapaz de resistir a perdoar um coração verdadeiramente contrito e adorador. Não porque um dia merecemos, mas por ser parte de quem Ele é.
Dessa forma, ao dizermos que queremos ser como Jesus em cada dia que na Terra vivermos, não há semelhança com o Mestre se em nós não houver a livre disposição para perdoar — familiares, amigos e inimigos. Justamente em nossa fraqueza opera a força que vem da Graça que nos sustenta em cada desafio.
Equipe editorial da Revista Renascer