Baby blues ou disforia puerperal é uma labilidade emocional, que ocorre por fatores hormonais onde o organismo da mulher está se reorganizando para voltar ao seu estado normal. Quando nasce um bebê, juntamente com ele chegam uma série de mudanças na vida da mãe e de toda a família. A mãe chega em casa com o bebê e assim, começam: a pressão social, palpites, bebê que não dorme, dificuldade para amamentar e uma série de mudanças. Tudo isso pode gerar uma carga emocional muito grande.
Entre os principais sintomas estão: tristeza, irritabilidade, choro fácil, mudança de humor, problemas para dormir e dificuldades com a concentração. Geralmente o baby blues tem início três dias após a chegada da mãe com o bebê em casa, podendo durar de duas a três semanas.
Passando dos 45 dias previstos, pode indicar um transtorno ou alguma alteração emocional significativa, como a depressão pós-parto. É importante ficar alerta ao tempo de duração dos sintomas, pois diferentemente do baby blues, a depressão pós-parto pode se prolongar em até dois anos após o parto. No entanto, é preciso analisar todo o contexto histórico dessa família. Persistindo os sintomas, é imprescindível a procura de um médico psiquiatra. Interessante destacar que cerca de 50 a 80% das mulheres no pós-parto apresentam esse fenômeno, e acredite, é normal, esperado e não precisa de tratamento medicamentoso.
O puerpério pode ser bastante desafiador e, por isso, todas as mulheres podem se beneficiar de uma rede de apoio neste período, formada por pessoas próximas (familiares, amigos e profissionais) que possam oferecer acolhimento e amparo para atender às necessidades específicas de cada mulher. Esse suporte pode vir de diversas formas, como: oferecer cuidados com a casa e com as questões práticas do dia-a-dia, ficar um tempo com o bebê para que a mulher possa ter um tempo para si, respeitar as escolhas da mãe e oferecer uma escuta sensível e empática, dentre outras ações.
Grupos de mulheres no pós-parto (presenciais ou virtuais) podem ser muito valiosos nesse período. Além disso, é importante que existam pessoas próximas que estejam atentas ao estado emocional da mulher no pós-parto, para encaminhá-la para profissionais especializados quando necessário. Como diz um conhecido provérbio africano, “é preciso uma aldeia para criar uma criança”. Compartilhar os cuidados e as responsabilidades com as mães nos primeiros meses de vida de um bebê é, portanto, uma tarefa coletiva.
De igual modo, o apoio do companheiro também é muito importante. Quando essa mãe se sente acolhida e amparada, essa fase será vivida de maneira mais tranquila e tudo flui de modo natural e gentil. O baby blues é passageiro, sendo ele composto por um período curto de tristeza, impulsionado pela redução da produção hormonal, mas acredite: aos poucos toda a família vai se adaptando, juntos, a essa nova e linda fase.