Casamento na era digital

imagem: envato

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Acredito que todos nós sentimos uma mudança abrupta no nosso envolvimento em geral com as telas e essa mudança atingiu todas as faixas etárias. Como cristãos, não podemos ser negligentes diante das mudanças provocadas no comportamento humano pela era digital.

A tecnologia é, e sempre foi, uma enorme oportunidade para o progresso humano, mas também uma ameaça. Cada vez mais estamos sentindo como se estivéssemos em um mundo impessoal, insatisfatório e solitário. A sensação de solidão tem crescido muito.

O conforto e a segurança que nossa casa oferece e a insegurança que o mundo tem oferecido, tem feito com que as pessoas se fechem em casa cada vez mais. Nesse contexto, o ideal é que imaginamos que dentro de casa, deveríamos desfrutar e regar o nosso casamento com comunhão um com o outro e com os filhos, se divertindo, conversando, interagindo, no entanto, isso está longe de ser uma realidade. Estamos dentro de casa com a sensação de que estamos perto e na verdade estamos cada vez mais distantes, e isso acontece devido ao nosso excesso de envolvimento com a internet, seja redes sociais, televisão, videogame, computador.

Quando pensamos no casamento, o cuidado deve ser redobrado em relação às telas. Uma das facilidades oriundas da tecnologia é a possibilidade de estar constantemente conectado, mas isso tem feito com que muitos casais vivam separados morando debaixo do mesmo teto. São incontáveis os casais que se queixam que seu cônjuge troca constantemente e diariamente o momento íntimo do casal por entretenimento digital.

Quando pensamos em termos de sexualidade, na medida em que começamos a ter um envolvimento em excesso com a internet, passamos também a ter um leque de possibilidades de parceria afetiva bem mais ampliado e com muito mais facilidade para acessar conteúdos indevidos. No passado, para conseguirmos nos conectar com outras pessoas e com certos tipos de conteúdo era bem mais difícil e trabalhoso. Hoje nós rompemos essa barreira, e isso é um enorme perigo para o casamento, se não vigiado.

O grande perigo disso é que de uma certa forma, o nosso envolvimento com telas tem sido uma fuga perigosa da vida real. Enquanto tudo na mídia é trabalhado para que eu esteja no centro, (minhas necessidades, meus interesses, minhas prioridades e minhas preferências), no mundo real, ou seja, nos relacionamentos reais não é assim. Enquanto nos relacionamos com as redes sociais, tudo acontece sem as complicações, as cobranças, as frustrações, sem eu precisar dar satisfação, sem precisar suprir as necessidades de outro, porque ali somente as minhas necessidades são levadas em consideração e assim sem me tirar da minha zona de conforto.

É por essa fuga que estamos vendo cada vez mais mulheres que não se sentem vistas, amadas ou supridas em casa pelos maridos que chegam cansados do trabalho e como recompensa não veem mal algum em se jogar em frente à televisão ou ficar horas no celular ou videogame, pensando apenas no seu próprio prazer e sem querer se dar o trabalho de investir no seu relacionamento conjugal que dá bem mais trabalho.

É por essa fuga que cada vez mais os filhos se sentem irritados e abandonados pelos pais sempre cansados e corridos,, que terceirizam o tempo com os filhos os enfiando nas telas para que assim eles fiquem quietos.

Por isso, pontue o que precisa ser corrigido e comece a ter posturas firmes, maduras, decididas para mudar antes que seja tarde demais. Pequenos passos, como por exemplo, evitar levar o celular para cama, porque esse momento é importante para você e seu cônjuge, para vocês ficarem juntos, se conectarem ou então estipularem entre vocês de que não irão mexer no celular durante as refeições. Jamais podemos nos esquecer que nada na vida acaba ou vira uma enorme bola de neve da noite para o dia. É na negligência dessas atitudes consideradas pequenas que parecem inofensivas, que o diabo, de forma muito sutil, destrói o nosso lar. Mas isso só acontece porque abrimos brechas e não vigiamos nossas posturas.

Sabemos que é impossível viver afastados totalmente da tecnologia no mundo atual, mas que possamos depender de Deus para agir com sabedoria, discernimento e nos envolver com as telas com equilíbrio e usá-las a nosso favor, utilizando-as com um objetivo, um propósito, para desfrutar de momentos em família, sem exceder e principalmente, sem substituir nosso relacionamento real com as pessoas, principalmente no nosso lar.

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