Fim de ano não é hora de economizar! Um administrador e economista falando isso soa estranho. Não, não soa estranho. É o que deve acontecer e vou contar a razão dessa expressão. Se pegarmos os dados dos últimos 50 anos no Brasil, vamos perceber que o consumo aumenta em momentos festivos, eventos especiais e principalmente, nas férias escolares. Os gastos das famílias crescem de forma exponencial a partir de outubro até o mês de janeiro do próximo ano, formando o período de 4 meses em que o comércio mais vende. Com isso, os serviços aumentam o número de suas demandas, chega o tempo de viajar e de comprar os materiais escolares, e, não esqueçam, de pagar a maior parte dos impostos como IPTU e IPVA.
O que aprendemos com esses dados e observando o nosso próprio comportamento? Bom, sabemos que as empresas vendem mais nesses 4 meses e também pagam mais, ou seja, se trata do período em que surgem as bonificações por produtividade, assim como o décimo terceiro salário e uma parte das férias. Diante disso, esse montante de recebíveis deveria ser um alívio para nós trabalhadores, mas vemos que em muitos casos, não é.
Depois dessa contextualização, em meio ao consumo, dados de vendas, salários e bonificações, além do nosso próprio comportamento, volto a explicar a frase inicial desse texto: fim de ano não é hora de economizar!
No entanto, o salário da família deve ser planejado. As escolhas que fazemos com o dinheiro que recebemos devem seguir uma estratégia que envolva investimento, consumo e lazer. Dentro desses três pilares, o planejamento dos gastos do final do ano deve fazer parte do planejamento anual, com regras de como consumir, o que é prioridade, além de definir a hora de economizar e de não economizar.
Então, se você planejou seu ano de 2021 e conseguiu realizar boas escolhas, é hora de gastar e não economizar, é hora de comprar o que tanto desejou e usar o recurso disponível, que revela o seu merecimento.
Agora, se você passou esse ano sem planejamento, consumindo de forma aleatória e está vendo suas dívidas e prestações se misturando com as compras de final de ano, também tenho algumas dicas:
- Pague as dívidas primeiro (principalmente as que possuem juros mais altos);
- Tente reduzir os parcelamentos de longo prazo (mais de 6 meses);
- Comece a criar sua reserva de emergência (valor que dure 6 meses sem trabalhar);
- Invista em educação financeira;
- Use as bonificações do final do ano para pagar impostos e compras à vista com desconto e fique livre dos juros;
- Planeje seu 2022 e comemore cada conquista com sua família.
As escolhas que fazemos hoje impactarão no futuro, sejam elas boas ou ruins. Enquanto que as más opções geram um prazer no hoje, mas preocupações e arrependimentos futuros. Por outro lado, as boas poderão gerar certos desconfortos no hoje, mas trarão paz no futuro.
Fique ligado!