Provavelmente você já leu na Bíblia a história de Moisés, o libertador do povo hebreu no Egito, mas você já parou para prestar atenção nos detalhes que cercam a história do seu nascimento? Ao ler a história podemos ver tantas mulheres inspiradoras que viveram naquele tempo e ajudaram na caminhada daquele grande homem. Mas, quero em especial refletir sobre a história de duas mulheres corajosas: Sifrá e Puá.
Sifrá (do hebraico, significa “ser justo”) e Puá (do hebraico, significa “esplendido”) eram duas parteiras no Egito que estavam a serviço do Faraó. Aquele era um novo tempo, pois estava no comando do Egito um novo Faraó. Incomodado, o governante começou a perceber que o povo hebreu havia se multiplicado e temia o que poderia acontecer caso houvesse uma guerra. A preocupação de Faraó era a de que o povo hebreu se aliasse aos seus inimigos.
Por esse motivo, Faraó fez com que os egípcios tivessem a carga de trabalho nas obras aumentada, e os tornou escravos para que dessa forma, não conseguissem continuar multiplicando. No entanto, essa atitude não foi suficiente, pois Deus estava com aquele povo e eles continuavam a se multiplicar.
Buscando uma saída para esse problema, Faraó tomou uma decisão muito cruel e ordenou a Sifrá e Puá que exterminassem todos os bebês homens que nascessem a partir daquele momento, deixando vivas somente as meninas. Então, aquelas mulheres que eram encarregadas de ajudar a trazer os bebês à vida, agora estavam incumbidas de gerar morte. No entanto, o Senhor já conhecia o coração de Sifrá e Puá. Como elas eram parteiras das mulheres hebreias, provavelmente já tinham escutado muitas histórias a respeito do Senhor e o conheciam, por isso temeram mais a Deus do que ao Faraó e decidiram não obedecer a ordem imposta.
Em tempos tão difíceis como os que enfrentamos hoje, o princípio do temor ao Senhor é essencial para termos uma vida exemplar diante do nosso Deus, pois toda autoridade foi constituída por Ele (Romanos 13:1). Por isso, não há no céu e nem na terra, autoridade alguma maior que o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, a quem importa que obedeçamos mais do que qualquer homem. Desse modo, conhecer as Escrituras e a vontade do Senhor é imprescindível para saber que a Sua soberana vontade é o que importa, independente do que as autoridades exigem.
Quando o rei do Egito percebeu que os meninos continuavam vivos, chamou-as para prestar esclarecimentos. Com muita coragem, Sifrá e Puá responderam que as mulheres hebreias eram cheias de vigor e davam à luz antes mesmo que elas chegassem. A coragem e a ousadia nos permitem ver que a fé em Deus implica em sermos assim também nos dias de hoje, como lemos em 2 Timóteo 1:7: “Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio”.
Assim, o poder para fazermos qualquer coisa vem de Deus, se estivermos convictas de que tudo o que fazemos é para a Sua glória. Viver ou morrer não é o que mais importa e sim, glorificar o nome d’Ele com as nossas ações.
Neste caso específico da história de Sifrá e Puá, a desobediência não era contra qualquer ordem, mas sim contra a ordem do rei do Egito, e isso poderia implicar em morte para aquelas mulheres. Mas, como viver sabendo que suas mãos estariam manchadas de sangue inocente? Como prosseguir estando em desacordo com os propósitos do Senhor?
Quando estamos andando em concordância com a vontade do Senhor, sabemos que a soberana vontade d’Ele irá se cumprir. Assim, o temor a Deus humaniza e promove vida, e dessa forma, Ele espera que nós usemos as nossas mãos para fazer o que é certo.
Pela obediência de Sifrá e Puá a Deus, Ele concedeu que elas tivessem suas próprias famílias, ou seja, enquanto elas não temiam a morte, o Senhor observava as suas atitudes e com certeza entregou mais do que elas pediam ou pensavam em seu coração. Portanto, enquanto cuidamos uns dos outros, cumprindo os propósitos do Senhor, Ele cuida de nós, pois nos ama com Seu amor sacrificial.
Assim, a história de libertação do povo de Deus passa pelas mãos, coragem, ousadia, temor e obediência dessas duas mulheres, Sifrá e Puá. Deus considerou que aquelas parteiras e escravas tementes seriam peça-chave em todo o enredo de amor e libertação do Seu povo, porque Ele conhecia o coração generoso e obediente dessas duas mulheres e sabia que podia contar com as suas mãos para gerar vida e não morte.
Portanto, a minha pergunta é: será que Ele também pode contar com as suas mãos nesse tempo? Que a história de Sifrá e Puá possa nos inspirar a obedecer e seguir pelo caminho certo.