Educação pós-pandemia: realidade, desafios e perspectivas

imagem: envato

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A educação vem passando por várias transformações e, com a pandemia, podemos constatar que ela não é mais a mesma. Grandes desafios foram colocados frente à comunidade escolar, principalmente para professores e alunos.

Analisando o cenário atual, nos deparamos com um desafio que compromete não somente a qualidade, como também  o processo de ensino-aprendizado: a desigualdade social.

O direito à educação está garantido como direito de natureza social no artigo 6.º da Constituição Federal de 1988. Detalha o direito à educação no Título VIII, Da Ordem Social, especialmente nos artigos 205 a 214, em que cita que a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, com a promoção e incentivo através de colaboração da sociedade, para fins de desenvolvimento da pessoa humana e seu preparo para o exercício da cidadania e suas qualificações para o trabalho”.

Porém, a realidade não condiz com o que nos  é definido como direitos educacionais. De um lado, alguns possuem instrumentos tecnológicos educacionais de última geração, outros não possuem sequer acesso a computadores e rede de internet de qualidade, uma dura e cruel realidade da combinação entre desigualdades pré-existentes e a ausência de uma política de educação, pela qual se visa a equidade em todos os aspectos.

Os impactos negativos causados pela pandemia de Covid-19 na educação brasileira  apresentam dados desastrosos e que, infelizmente, serão duradouros. Segundo um estudo do Banco Mundial, dois a cada três alunos brasileiros podem não aprender a ler adequadamente um texto simples aos 10 anos, o que é uma triste realidade, principalmente nas escolas públicas.

Entre os maiores estragos provocados pela pandemia, que ultrapassa o  prejuízo educacional, estão as mudanças que vieram com atividades que sobrecarregam alunos e professores, o que gerou aumento dos níveis de ansiedade, medo, insegurança, depressão e síndrome do pânico, inclusive em crianças e adolescentes.

Sendo assim, cabe ressaltar a importância da educação socioemocional e espiritual, com um olhar de ressignificação. Ressignificar no quesito de atribuir sentido para  acontecimentos por meio da mudança de nossa visão de mundo, cientes de que não apenas a educação mudou, como o mundo por inteiro também se transformou. Por esse motivo, precisamos ressignificar a escola e os espaços de aprendizagens, o que envolve entrelaçar também os espaços familiares.

Entretanto, é sabido que por meio do cansaço diante de tantas incertezas em não saber quando o cenário irá se firmar, passamos a ressaltar  a importância desse novo olhar diante do  “novo normal”. Focar na inteligência emocional dos alunos é um dos caminhos para obter sucesso diante das competências e habilidades a serem desenvolvidas para a apropriação do conhecimento.

A inteligência emocional está ligada às competências relacionadas em lidar com as emoções,  percebê-las, a processá-las, compreendê-las e principalmente, criar caminhos e habilidades para  gerenciá-las. Por isso, escola e família, necessitam estar atentas a qualquer dificuldade que os educandos venham a apresentar e se necessário, procurar ajuda de uma equipe multiprofissional.

Com tudo isso, aprendemos que o ensino remoto nunca substituirá o ensino presencial, o olho no olho, o vínculo, porque a educação não é apenas conteúdo. Educação é uma contínua construção de conhecimento coletivo, é o compartilhamento de saberes, experiências,  a busca para desenvolver habilidades e atitudes na construção de um bem comum, agora muito mais voltada às habilidades emocionais, princípios e valores intelectuais acerca do conhecimento.

Portanto, o maior desafio e expectativa, tanto para os alunos, quanto para os professores, é adotar estratégias criativas que resultam em efeitos significativos na busca por fazê-los aprender mais e melhor.

Que Deus ajude a todos nessa missão com fé e muita esperança.

“A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las”. (Santo Agostinho).

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