Quando pensei nesta edição, imaginei uma grande mesa, repleta de cestos cheios de uvas frescas, cachos perfeitos e prontos para a colheita. Mas, antes de chegar a esse cenário, lembrei que todo fruto carrega consigo uma história: sementes plantadas, estações enfrentadas, dias de sol e dias de chuva, e, principalmente, o cuidado paciente do Agricultor.
Setembro nos convida a falar sobre a videira. Ela não é apenas uma figura bonita nas Escrituras, é um símbolo profundo de vida, permanência, intimidade com Deus e frutificação. Jesus, em João 15, nos lembra que Ele é a videira verdadeira e nós somos os ramos, e que, sem Ele, nada podemos fazer. A colheita é sempre um tempo de alegria, mas também é o resultado de processos silenciosos e, muitas vezes, dolorosos, como a poda, que prepara o ramo para dar mais fruto.
Foi assim que nasceu esta edição, com páginas que falam de cachos, colheita, vinho, odres, uvas, poda e transbordar, não apenas como imagens poéticas, mas como verdades espirituais e práticas para a vida.
Na capa, “Conectados à Videira”, a Sandra Cardoso nos leva de volta ao chamado de permanecer em Cristo, lembrando que o Pai, como Agricultor perfeito, cuida de nós com amor, mesmo quando nos poda.
Na Carta para uma amiga, Ana Paula de Souza Eyama traz “Depois da lágrima, o vinho novo”, um texto para quem passou por perdas, mostrando que o fim de uma estação não é o fim da história, pois Deus está preparando algo melhor.
No Para Edificar a sua Fé, Rayssa Monteiro compartilha a sua experiência “Da água para o vinho”, mostrando como Deus transforma processos dolorosos em milagres.
No Café Teológico, Wagner de Oliveira Filho nos questiona: “Uvas boas ou uvas bravas?”, lembrando que o Senhor espera de nós frutos doces e dignos do Seu cuidado.
O pastor João Queiroz, na Palavra Pastoral, nos convida a sermos “Transformados para transbordar”, entendendo que a abundância que Deus nos dá não é para ficar retida, mas para alcançar outros.
Na coluna Corpo, Alma e Espírito, Marisa J. dos Santos e Silva nos provoca a refletir: “Você anda colhendo o que plantou?” – uma aplicação prática da lei da semeadura e da colheita para nossa vida emocional.
E, em Novos Dilemas, Núbia Quirino fala sobre “A poda do silêncio”, um dos processos mais desafiadores da vida cristã, quando não ouvimos respostas, mas continuamos sendo trabalhados por Deus.
Cada texto é um ramo desta grande vinha que formamos juntos. Alguns falam sobre processos, outros sobre resultados, mas todos apontam para o mesmo Agricultor, que sabe o tempo certo de plantar, podar e colher.
Meu desejo é que esta edição inspire você a olhar para a sua vida como parte dessa vinha, a reconhecer as mãos de Deus cuidando de cada detalhe, e a se alegrar com a colheita, seja ela de agora ou da próxima estação.
Entre ramos e colheita, que possamos permanecer na Videira verdadeira e dar frutos que glorifiquem o Senhor.
Marina Oliveira Lopes Coelho
Editora-chefe – Revista Renascer | Edição nº113