Família (não) é tudo igual. Será?

Se você pensou que o assunto aqui será a defesa dos valores da família tradicional, ainda que este seja um assunto muito relevante a ser tratado, lamento dizer que você se enganou. Leitor é tudo igual, vai logo julgando o conteúdo da matéria pelo título…, mas não é essa a intenção do título? Escritor é tudo igual, começa logo a matéria querendo fisgar o leitor com uma pegadinha. É assim mesmo, afinal a gente acaba achando que tudo é igual: família, igreja, ambiente de trabalho. Só mudam os endereços. Talvez seja porque o ser humano é previsível, os comportamentos sejam clichês e os problemas se repitam em maior ou menor proporção.

É bem verdade que o sábio Salomão já disse que não há nada de novo debaixo do sol, mas isto não quer dizer que tudo acaba dando no mesmo, tudo acabando em pizza! De certa forma, os grupos sociais realmente se parecem muito uns com os outros, talvez porque são feitos da mesma matéria: os seres humanos.

Do ponto de vista antropológico, ao longo da história da humanidade, as formas de associações e agrupamentos e os impactos que estes grupos causaram e sofreram não são lá muito discrepantes, dadas as devidas perspectivas de quem os estuda. Por conseguinte, as regras sociais e as próprias leis que estes grupos ou seus representantes criam para se organizarem, acabam colocando todo mundo numa grande aldeia sujeita às mesmas (ou bem parecidas) conjunturas, onde estas tribos interagem, se comunicam, se atacam ou se defendem, mas acabam sobrevivendo (ou não).

Bem, as famílias são só a matriz desse grande conglomerado, mas é exatamente neste ponto desta teia gigante que as coisas podem ser diferentes. O que faz a diferença? Os princípios que sustentam este pequeno núcleo neste emaranhado de núcleos cada vez mais diversificados, ainda que insistam em usar a mesma designação: família. Orbitam em volta destes núcleos um complexo turbilhão de ideias e ideologias, políticas e politicagens, teologias e heresias, liberdades e libertinagens e um sem fim de influências as quais, em urros ou sussurros, podem causar um progresso ou um estrago nestes núcleos os quais, se não estiverem fundados em princípios sólidos e inegociáveis, estarão fadados à implosão.

Dependendo do grau de vulnerabilidade ou exposição destas famílias à influencias nefastas à sua saúde e integridade, mais dia ou menos dia, ela fará parte de um caldo borbulhante, amorfo e sem identidade. Pode não parecer, mas existe muita gente interessada em bagunçar o coreto. A melhor forma de dominar um grupo é lançando dúvidas sobre suas verdades, quebrando suas resistências, tirando seu senso de direção e pertencimento, seu sentido de existir. Em termos mais diretos, o mal avança quando o bem já não se percebe como tal, as trevas dominam quando a luz se esvanece, o inimigo avança quando se baixa a guarda e se recua sem estratégia. 

Família é tudo igual? Sim, basta não fazer diferença. Uma família que se abraça e se protege, que tem como princípio a valorização de cada membro em amor, a crença imutável que Deus a constituiu e a certeza de que tudo pode ser superado em tolerância das diferenças internas e legitimação do direito do outro, dificilmente será dizimada. É aquela máxima de Gandhi: ser a mudança que se quer no mundo, mas também a máxima bíblica: Tudo é possível ao que crê. Toda família pode ser até igual, mas o que importa é a diferença que ela faz! Torne sua família uma bênção!

Pr. Anibal Filho

Doutor em Produção Vegetal pela UFG e Pastor auxiliar da Igreja Batista Renascer.

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