“E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”. (Mateus 6:16-18).
Você sabe o que é o jejum bíblico? Em essência, é uma abstinência intencional de alimentação, que visa propósitos espirituais. Nos manuscritos gregos, a tradução para jejum é “nesteia”, ou seja, “ne” elemento de negação, e “esthio”, comer, que significa abstinência de alimentos.
O jejum integra toda a essência humana, pois engloba o aspecto físico, emocional e espiritual, voltando-se para uma estrutura tricotômica onde a santificação é total, e afeta o corpo, a alma e o espírito. Em 1 Tessalonicenses 5:23, Paulo descreve: “O mesmo Deus de paz os santifique em tudo: e que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda do nosso Senhor Jesus Cristo”.
Sendo assim, o nosso espírito foi regenerado por meio do novo nascimento e tornou-se participante da natureza Divina (Leia 2 Pedro 1:4); a nossa alma passou por um processo de restauração, transformação e renovação, sendo que a razão, a emoção e a vontade devem caminhar em equilíbrio; e a nossa carne (corpo), por carregar uma natureza pecaminosa (Gálatas 5:17), precisa ser freada pelo domínio próprio (1 Coríntios 9:27) – assim, o corpo não se rende e precisa ser mortificado (Colossense 3:5).
Nesse sentido, quais seriam os efeitos do jejum em nosso ser completo? Veja abaixo os impactos que o jejum causa no espírito, alma e corpo:
- Impacto no espírito: o nosso relacionamento com Deus se dá na dimensão espiritual, sendo necessários a oração e o jejum. Ana, na ocasião da apresentação do menino Jesus a Deus, estava no templo dia e noite e adorava com jejuns e orações.
- Impacto na alma: a vontade, razão e sentimentos, devem ser controlados na vida cristã, ou seja, não devemos nos deixar ser controlados pela alma. Assim, o jejum nos ajuda a tirar as emoções e também a carne do Assim, nos esvaziamos de nós mesmos, para podermos nos encher de Deus.
- Impacto no corpo: o jejum é um ato de disciplina, exercício de domínio próprio e também é a mortificação da carne. Assim, devemos jejuar no sentido de morrermos para este mundo e vivermos em Deus. Martinho Lutero afirmou: “A respeito do jejum, é correto jejuar com frequência com a finalidade de subjugar e controlar o corpo”.
Diante do exposto, é preciso ressaltar que a disciplina na vida do cristão, bem como a mortificação da carne, não devem ocorrer somente enquanto jejuamos. O domínio próprio deve continuar também nos intervalos que realizamos.
Observe que tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento há inúmeras passagens com orientações e propósitos dos jejuns, por isso, precisamos seguir o exemplo e os ensinamentos de Jesus Cristo, o Deus vivo. Assim, a essência na prática da vida cristã, é buscar a Deus com jejum, oração e leitura da Palavra de Deus.