Laços invisíveis, quedas visíveis

imagem: envato

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“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26:41).

Vivemos em dias em que distrações e desejos têm se disfarçado de liberdade. No entanto, o que parece inofensivo pode ser, na verdade, um laço sutil. E quando esses laços não são discernidos, geram quedas profundas, e muitas vezes, com consequências irreparáveis.

Eva é um exemplo claro disso. Em Gênesis, bastou um diálogo com a serpente para que o inimigo semeasse dúvida em seu coração. Dúvida sobre a soberania, o cuidado e a vontade de Deus. A queda começou com um pensamento: “Será que Deus disse mesmo isso?” O pecado, muitas vezes, não nasce de uma atitude explícita, mas de uma semente lançada através de uma conversa errada. Ele começa quando abrimos espaço para questionamentos que abalam a fé.

Outro exemplo é Sansão. Escolhido por Deus desde o ventre como nazireu, juiz de Israel e dotado de força sobrenatural, ele foi levantado para proteger o povo dos filisteus. No entanto, ao ceder aos próprios desejos e mudar o ciclo de relacionamentos, fez alianças que não condiziam com seu propósito. Resultado: perdeu sua força, sua visão e sua posição. O povo também sofreu com ele. Isso nos ensina que o chamado não anula as consequências das escolhas. Alianças erradas enfraquecem propósitos certos.

Nesse contexto, as palavras do apóstolo Paulo ecoam como alerta: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm” (1 Coríntios 6:12). A verdadeira liberdade não está em fazer tudo o que se deseja, mas em não ser dominado por nada. Desejos incontroláveis, vícios disfarçados e distrações constantes são armadilhas para a alma. Fazer apenas o que se quer não é liberdade, é escravidão disfarçada.

Paulo também advertiu Timóteo de que haveria tempos em que as pessoas buscariam mestres que dissessem apenas o que elas querem ouvir. Hoje, vivemos essa realidade: uma sociedade que rejeita o confronto em nome de uma felicidade imediata. Mas acredite: nem tudo o que traz prazer momentâneo edifica. Felicidade não é sinônimo de santidade. Obediência, sim, ainda que custe renúncias, gera frutos eternos.

E o que podemos fazer diante disso?

Laços invisíveis são rompidos por práticas visíveis. A disciplina espiritual diária, com leitura da Palavra, oração, jejum, comunhão com o Corpo de Cristo e serviço, fortalece a nossa visão e nos mantém alinhados com o propósito. Portanto, não alimente vícios emocionais, alimente a sua fé!

Quero terminar este texto com um desafio de oração: comece hoje orando assim: “Senhor, dá-me revelação e discernimento de espírito. Abre os meus olhos para perceber tudo aquilo que, de forma sutil ou intensa, pode me afastar de Ti. Que eu veja com os olhos da fé e ande em vigilância.”

Que a sua vida seja firme, inabalável e centrada em Cristo, o autor e consumador da nossa fé.

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