Tudo começou com um período muito triste na minha família. Meus pais estavam prestes a se separar e o ambiente dentro de casa estava bastante conturbado. A situação era tão difícil que nós mal conversávamos uns com os outros, e quando isso acontecia, normalmente era para discutir ou ofender.
Certo dia, minha mãe notou algo diferente quando voltava do trabalho para casa. Apesar de fazer aquele trajeto todos os dias, parou com o carro na porta de uma igreja, e pela graça de Deus, ela participou de um culto, reconciliou-se com o Senhor e entregou a sua vida para Jesus. A transformação na vida dela foi algo tão surpreendente que eu comecei a perceber alguns comportamentos novos em seu dia-a-dia. Além de ir à igreja semanalmente (para não dizer quase todos os dias), ela se ajoelhava ao lado da cama, fechava os olhos e orava. Fora isso, lia a Bíblia, fazia anotações e sempre cantava uma canção nova, louvando ao Senhor.
Naturalmente, ela quis que eu experimentasse e vivesse tudo aquilo que ela estava vivendo. Eu passei a ir à igreja com ela, no começo me sentia bem em participar, fazer novos amigos, sair um pouco do ambiente estressante que era a minha casa e, principalmente, agradar minha mãe de alguma forma. Mas, depois de algum tempo aquilo já não fazia mais sentido para mim. A motivação de ir à igreja somente para agradá-la já não era forte o suficiente. Então, eu parei de ir aos cultos.
Entretanto, minha mãe sempre foi muito insistente. E por mais que eu dissesse “não”, ela persistia comigo até eu dizer “sim”, mas nem sempre ela ganhava.
E essa “luta” perdurou até chegar ao ponto que só de ouvir a palavra igreja, já me deixava zangado. Parei de verdade de ir às reuniões e fiquei por alguns meses assim.
Depois de um bom tempo sem ir à igreja e nem pensar nisso, fiquei doente. Mas não era nada demais, uma simples gripe, entretanto o que para mim parecia ser algo corriqueiro, acabou se tornando bastante doloroso, pois a dor que eu sentia não passava, e eu estava cada vez pior, com febre, vômitos, dores por todo o corpo e incapaz de sair da cama.
Depois de alguns dias com esses sintomas, minha mãe chegou em mim e falou que ia me levar ao médico e, sem que eu demonstrasse alguma reação, ela me colocou no carro e me levou. No caminho para o hospital eu dormi e só acordei quando ela parou o carro. Quando eu me levantei do banco de trás do carro, onde estava dormindo e olhei para o lado, vi que na verdade ela havia me levado para a igreja e não ao hospital como eu havia imaginado.
Eu segurei toda a irritação que estava comigo naquele momento, e desci do carro ansioso para aquilo tudo acabar e poder voltar logo para casa. Naquele dia era um culto de oração. Haviam ali pessoas simples, sem níveis sociais elevados ou qualquer condição social de prestígio, entretanto, tementes a Deus e que buscavam a Jesus de todo o coração. Os cultos aconteciam na garagem de uma casa, as cadeiras, o equipamento de som e toda a estrutura da igreja eram bem singelos e humildes.
Durante o culto de oração, sentei-me em uma cadeira e alguns irmãos vieram orar por mim. Enquanto eles oravam, comecei a suar frio. A sensação que tive era que junto com aquele suor, a febre e toda a dor que estava sentindo, estavam saindo do meu corpo. Fui curado naquele momento, e muito mais que isso, Deus não só me curou da doença, como também abriu os meus olhos para reconhecer a minha condição de pecado e obstinação.
Jesus me curou e operou o maior milagre que eu poderia ter recebido: o perdão pelos meus pecados.
Sempre que me lembro desse episódio, a insistência da minha mãe em oração por mim, do amor de Deus Salvador, o Seu sacrifício na cruz e a Sua promessa de voltar para nos resgatar, fico impressionado e agradecido.
Porque tudo isso provém do Seu imenso amor e graça, que não depende das minhas obras, mas sim da Sua disposição em me salvar.
