O Evangelho de Marcos (14:3-9) apresenta a história de uma mulher que ungiu a cabeça de Jesus em Betânia com um perfume de nardo puro, extremamente valioso. Veja a passagem bíblica:
“E, quebrando o vaso, derramou-o sobre a cabeça de Jesus. Alguns, indignados, disseram: ‘Por que esse desperdício? Poderia ter sido vendido por mais de trezentos denários e dado aos pobres.’ E a repreendiam. Mas Jesus respondeu: ‘Deixai-a. Por que a molestais? Ela fez-me boa obra. Sempre tereis os pobres convosco e podereis ajudá-los quando quiserdes, mas a mim nem sempre me tereis. Ela fez o que pôde; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo que, onde este evangelho for pregado em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória.’” (Marcos 14:3-9)
Como discípulos de Cristo e seguidores do Senhor devemos aprender a servi-Lo de todo o nosso coração. O que o Deus deseja de nós, de uma forma muito particular, é somente a sinceridade e entrega de coração. Ele requer o nosso bem mais valioso, e mesmo que não exigisse nada, o amor que sentimos por Ele deveria nos levar a ofertar o que temos de mais precioso. Esse tesouro pode ser a fé, os bens materiais, o corpo ou nosso próprio coração.
Nossos bens materiais são, muitas vezes, um reflexo da nossa devoção e fé. Embora não possamos medir o coração de alguém apenas por suas posses, sabemos que o coração humano frequentemente busca o dinheiro. Afinal, “onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mateus 6:21).
A mulher mencionada no Evangelho quebrou um vaso de alabastro e derramou sobre Jesus um perfume caríssimo. Ela fez isso por gratidão, simplesmente porque compreendia que Ele havia deixado Seu trono celestial, vindo ao mundo como homem, recebido o batismo para levar nossos pecados e morrido na cruz para nossa salvação. Seu ato simbolizava sua devoção e reconhecimento do sacrifício de Cristo. Assim também, como servos do Senhor, devemos seguir esse exemplo.
Jesus disse: “Sempre tereis os pobres convosco e podereis ajudá-los quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tereis.” Isso nos faz refletir: será que sempre teremos a chance de servir ao Senhor? A vida é incerta, e o tempo para servi-Lo é limitado. Não sabemos quantos anos ainda nos restam para cumprir esse chamado.
A devoção dessa mulher foi evidenciada por suas ações. Mesmo sabendo que poderia ser ridicularizada, ela se aproximou de Jesus com coragem e humildade. Seu ato não foi para buscar reconhecimento ou aprovação dos outros, mas para honrar a Cristo. Isso nos ensina que a verdadeira adoração não se baseia na opinião alheia, mas no relacionamento íntimo entre o adorador e Deus.
O elogio de Jesus a essa mulher nos mostra que Ele valoriza o coração por trás do ato, mais do que o ato em si. Em João 4:23-24, Ele declara que os verdadeiros adoradores adoram o Pai “em espírito e em verdade”, pois são esses que o Pai procura. O gesto dessa mulher é um exemplo perfeito dessa adoração genuína, nascida de um coração cheio de amor e reverência.
Além disso, seu ato ilustra o valor do amor sacrificial. Ao ungir Jesus, ela antecipava Seu sepultamento, alinhando-se ao plano redentor de Deus. O sacrifício de Cristo na cruz foi a suprema demonstração do amor de Deus pela humanidade, e somos chamados a amar a Deus e ao próximo com a mesma entrega. “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (1 João 3:16).
As palavras de Jesus em Marcos 14:9 enfatizam o impacto eterno do ato de devoção da mulher. Ele declara que onde quer que o Evangelho seja pregado, o que ela fez também será contado, em memória dela. Esta declaração destaca que atos de adoração e devoção genuínos têm um significado duradouro e um grande legado.
Foi preciso muita coragem para essa mulher entrar naquela casa e se expor diante de todos. Eles conheciam sua história e seu passado, mas ela não se importou. Seu desejo de estar aos pés de Jesus era maior do que qualquer julgamento. Pela primeira vez, um homem olhou para ela com pureza, sem segundas intenções. Pela primeira vez, alguém não queria nada dela, pelo contrário, queria lhe dar algo valioso, algo que dinheiro algum poderia comprar.
Ela foi tomada pelo amor e gratidão, pois sabia o quanto havia sido perdoada. Aqueles ao redor não compreendiam sua adoração. Eles apenas viam sua aparência, sem conhecer sua história. Mas isso não a impediu de entregar seu coração totalmente ao Senhor.
A Bíblia nos diz que ela molhou os pés de Jesus com suas lágrimas, e a palavra usada para “molhar” tem o significado de “chover”. Ela chorou tanto que parecia que a chuva caía de seus olhos. Sua adoração era tão intensa que ela não se importava com mais ninguém na sala, somente Jesus importava.
Por isso, não permita que nada nem ninguém impeça sua adoração. Independentemente das dificuldades, não deixe que isso te afaste de entregar o seu coração ao Senhor. Vá e adore como nunca antes. Olhe apenas para Jesus.
Acredite: Deus não se importa com o que os outros pensam sobre você. Ele vê o seu coração.
