Nos registros bíblicos, o sangue simboliza vida, redenção e proteção. A celebração da Páscoa judaica tem como base os acontecimentos de Êxodo 12, quando Deus ordenou que os israelitas marcassem suas portas com o sangue de um cordeiro. Durante a décima praga, o anjo da morte poupou as casas marcadas e, naquela noite, ocorreu a libertação do povo, após 400 anos de escravidão no Egito. O sangue do cordeiro era um sinal visível da intervenção de Deus.
No Novo Testamento, também chamado de nova aliança, essa simbologia se cumpre na morte de Jesus, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Seu sacrifício trouxe a remissão da humanidade e a reconciliação com Deus. Assim como o sangue do cordeiro protegeu os israelitas, o sangue de Cristo nos libertou da morte espiritual e restaurou nosso acesso ao Pai.
Em Hebreus 9:14, lemos que o sangue de Cristo purifica a nossa consciência das obras mortas – atos religiosos praticados na tentativa de agradar a Deus e merecer Sua bondade por esforço próprio. Essas práticas, muitas vezes enraizadas na mente, só podem ser removidas pelo sangue de Cristo.
A verdade é que por meio desse sangue, conquistamos uma nova posição diante de Deus. A ressurreição de Jesus, anunciada às mulheres no sepulcro na manhã de domingo (Mateus 28:6), é o ponto culminante dessa obra redentora. Ele venceu a morte para oferecer vida eterna a todos que creem.
Assim como os israelitas obedeceram e marcaram suas portas, hoje também somos chamados a viver sob a marca do sangue de Cristo, em gratidão pela nova aliança. Fomos resgatados e agora pertencemos exclusivamente a Deus.
Muito mais que um símbolo do passado, o sangue de Cristo nos lembra do amor incondicional de Deus e da vida eterna que nos foi concedida. Por isso, devemos viver todos os dias como testemunhas do poder de Deus e da graça maravilhosa que recebemos em Jesus.