O relacionamento do Senhor com a sua Igreja parecia quebrado e estilhaçado pelo peso do pecado. A criação que recebera as palavras de orgulho e satisfação de seu Criador, agora mantinha em sua identidade os resquícios de um ato de egoísmo e rebelião.
Como olhar com esperança para um povo que, ao longo de milhares de anos, ainda insistia em se rebelar contra um Deus perfeito e misericordioso? Israel — a nação escolhida — mostrou sua obstinação e orgulho em inúmeras ocasiões, nada parecia se comparar ao peso de suas convicções e vontades. Nem mesmo a presença de um Deus Santo.
Toda a narrativa bíblica comprova a verdade imutável de que o Senhor é um Deus de relacionamentos. Podemos contemplar essa essência de Gênesis à Apocalipse. Assim, quando parecia não haver mais saídas para um relacionamento genuíno entre Deus e sua criação, a aliança fora reconstruída a partir do sacrifício que nenhum homem poderia delinear com tamanha perfeição. Vemos essa mudança a partir do livro de Atos.
A Igreja antes afastada, agora estava unida novamente ao corpo de Cristo e seguia os passos do Mestre. Mesmo ainda imperfeita, passa a levar cura e transformação, a partir da mensagem do Evangelho. A Nova Aliança que antes havia sido prometida a Israel, agora torna-se a realidade dos discípulos e de todos os gentios que passavam a crer.
“Assim como a igreja está sujeita a Cristo, de igual modo as esposas estejam em tudo sujeitas a seus próprios maridos. Maridos, cada um de vós amai a vossa esposa, assim como Cristo amou a sua Igreja e sacrificou-se por ela, para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. ” (Efésios 5:25-27).
O casamento entre dois humanos carrega diante do compromisso firmado a certeza de que falhas e conflitos estarão pelo caminho por vir. Contudo, aqueles que ultrapassam os limites da aliança humana, mas escolhem tornar Cristo o centro de seu matrimônio, abrem espaço para que nada tenha mais peso do que a Palavra que o determina.
Não conseguiremos restaurar grandes abismos em relacionamentos humanos contando com a habilidade de nossas mãos, isto porque apenas em Deus há a capacidade restauradora e regeneradora da qual necessitamos. O que Deus enxerga em uma aliança? Fidelidade e compromisso, sem dúvidas. Não há verdadeira aliança sem esses conceitos.
“Olhar para a Noiva” é um convite para percebermos que, assim como o Senhor reconstruiu a comunhão com a sua Igreja, também poderemos contar com o seu auxílio para regenerar os nossos relacionamentos quebrados e esmagados pelo pecado.
Equipe editorial da Revista Renascer