Onde mora o seu coração?

imagem: envato

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Em João 1:35-39, vemos Cristo sendo seguido por dois discípulos de João. Ele os questiona: “O que vocês querem?” e eles respondem: “Onde o Senhor está hospedado?” Essa simples pergunta de Jesus, usando poucas palavras, buscava uma questão profunda. Ele não esperava respostas superficiais; ao contrário, ansiava por ouvir aquilo que residia por trás das intenções do coração. Em outras palavras, buscava dizer: “O que seus corações desejam?”.

Compreender plenamente os desejos do nosso coração pode ser uma tarefa complexa, mas é essencial para discernir o que na vida pode nos escravizar ou libertar. Esse entendimento se dá quando reconhecemos uma premissa básica: o nosso coração reside naquilo que mais amamos e desejamos, revelando-se através das prioridades que escolhemos para os nossos dias.

Por isso, aquilo que você prioriza revela diretamente ou indiretamente os anseios pelos quais você vive. Da mesma forma, parte das nossas preocupações, por vezes, denuncia aquilo em que verdadeiramente depositamos valor. É importante observar que costumamos dedicar mais tempo àquilo que priorizamos, investindo esforço e nutrindo expectativas sobre o futuro resultante dos nossos desejos, seja em relação a um emprego, um relacionamento, uma conquista ou um sonho.

Nosso coração é enganoso, e nossos erros diários não nos permitem negar essa realidade. Um exemplo disso é Davi, que ao escolher o adultério com Bate-Seba, buscou sua autogratificação através de um hedonismo inescrupuloso, sem considerar as consequências catastróficas que viriam a seguir. A atitude de Davi revela que as paixões acolhidas no coração, embora nos conduzam em direção aos nossos desejos finais, também nos expõem a consequências imprevisíveis.

Seguindo essa ideia, podemos compreender que parte das experiências que vivenciamos no presente são resultados daquilo que, em algum momento do passado, decidimos amar e, consequentemente, colher. Diante disso, é válido questionar se o nosso coração tem estado onde verdadeiramente merece repousar.

Com frequência, a dor, o sofrimento e o medo surgem da nossa teimosia em persistir mantendo nossos desejos e prioridades em lugares inadequados. Considerando a incerteza do nosso futuro, você já parou para refletir: e se tudo desmoronasse ou desse errado, onde estaria o meu coração neste momento? Ainda teria algo para me sustentar, ou isso me arrancaria o sentido da vida?

Você declara amar a Deus sobre todas as coisas, mas na prática tem vivido isso? Lembra como terminou a experiência de Davi? Ao ser confrontado pelo profeta Natã sobre o seu pecado, o Rei de Israel caiu em um profundo arrependimento diante de Deus. Apesar de sua transgressão, Davi ainda mantinha como sua prioridade máxima, permanecer na presença do Senhor, revelando que o seu verdadeiro amor não residia no prazer carnal, mas sim na comunhão com Deus.

Trazendo para os dias atuais: entre a luta contra o pecado e a obediência à vontade de Deus, qual tem sido, na prática, a nossa maior prioridade? Tenha cuidado, pois é provável que aí também resida o seu maior amor, e é por isso que ele tem prevalecido.

Portanto, em tempos de tanto pecado e engano, que possamos escolher com sabedoria os nossos amores. Não ouse jamais abandonar o Eterno pelo efêmero, ou apostar o seu coração nas falsas alegrias momentâneas, pois o que hoje te faz sorrir, poderá amanhã ser a causa do seu maior pranto.

Lembre-se: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.” (Mateus 6:21).

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