Os quatro amores

imagem: envato

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Frequentemente, utilizamos a palavra “amor” para expressar o que sentimos por pessoas diferentes, nem sempre relacionado ao mesmo sentimento de fato. Eu poderia dizer que amo meu esposo, amo meus pais e amo os meus amigos, utilizando a mesma palavra por mais que a intensidade e o significado final desse amor sejam completamente distintos um do outro.

Em alguns idiomas isso não acontece, pois existem palavras para expressar especificamente aquilo que realmente queremos falar. No grego, por exemplo, temos palavras distintas para expressar diferentes tipos de amor. São elas: Amor Ágape (ἀγάπη), o Amor Philos (φίλος), o Amor Eros (ἔρως) e o Amor Storge (στοργή).

O Amor Ágape diz respeito ao amor perfeito e incondicional de Deus. O Amor Philos refere-se ao amor fraternal entre as pessoas. O Amor Eros é o sentimento íntimo entre homem e mulher. Já o Amor Storge é o que sentimos por nossos familiares e pessoas mais próximas.

Talvez o mais difícil de compreendermos, dos quatro amores seja o Amor Ágape. Seus atributos transcendem aquilo que, sozinhos, conseguiríamos demonstrar, seja através de palavras ou atitudes. Esse sentimento, puro e perfeito é descrito em 1 Coríntios como sendo paciente, benigno, altruísta, justo e verdadeiro.

Porém, Deus em sua imensa bondade, concede a nós parcelas desse amor para que, dessa forma, nós consigamos amá-Lo e também amar ao nosso próximo seguindo esses atributos. Nesse sentido, amar a Deus e servir pessoas diz respeito a uma atitude paciente, benigna, altruísta, justa e verdadeira.

Não foi sem fundamento que Cristo resumiu os dez mandamentos em apenas dois: amar a Deus de toda nossa alma e entendimento, e amar ao nosso próximo como a nós mesmos. Isso tem tudo a ver com o amor Ágape. Dessa forma, é preciso um entendimento real daquilo que nos foi concedido, um amor perfeito e incondicional, que não se vangloria em si mesmo e nem busca somente os seus próprios interesses.

Deus, demonstra isso de forma prática: enviando o Seu próprio filho para morrer a fim de conceder a nós a vida (João 3:16). Diante disso, o mínimo que podemos fazer para retribuir é amá-Lo de todo o nosso coração, alma e entendimento.

Que neste ano de 2024 possamos colocar em prática o tema que nos foi proposto com todas as nossas forças. Que o nosso sentimento para com Deus e o nosso próximo não seja composto de migalhas, mas da primazia daquilo que transborda genuinamente do nosso coração.

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