O ser humano não é biologicamente estático. O crescimento é inerente aos seres vivos e ele se dá ao longo de toda a nossa vida. Desde o nascimento até o fim dos nossos dias, crescemos de diversas formas: fisicamente, cognitivamente, emocionalmente e também espiritualmente.
A infância é marcada pelo período de maior crescimento do ser humano. Nessa fase a criança é totalmente dependente do cuidado de seus responsáveis. Precisam ser alimentadas adequadamente, protegidas e incentivadas à autonomia e ao aprendizado, que por sua vez, deve ser simples, pois uma criança ainda não é capaz de entender coisas complexas.
Já na adolescência ou juventude, temos a busca intensa pela identidade. Marcada pela pergunta: “Quem sou eu?”, adolescentes buscam em si e nos outros, o seu lugar no mundo. Fazem escolhas, aprendem com elas e assim se transformam em um adulto independente e seguro.
Todo esse processo até a vida adulta se mostra cheio de incertezas, medos e angústias. A criança cai e se machuca ao tentar andar sozinha. O adolescente se sente sozinho, e muitas vezes incapaz, mas com boas escolhas entende e encontra o seu lugar no mundo. Então, na vida adulta estamos mais fortes e preparados para os desafios, para fazer escolhas conscientes, assumir responsabilidades, formar família e ser instrumento de instrução para os filhos que vamos gerar.
A nossa vida espiritual também é assim! A Palavra de Deus apresenta o crescimento espiritual como um processo. Em 1 João 2:12-14, vemos as três fases do desenvolvimento da fé. Quando João fala em “filhinhos”, ele está se referindo aos novos convertidos, as crianças na fé. Fala aos “jovens”, aqueles que já desenvolveram características que a fase anterior não conseguia, e por fim, fala aos “pais”, aqueles que já alcançaram a maturidade espiritual e por isso podem ter “filhos”.
O início da fé é marcado pelo nascimento espiritual, o conhecimento do Pai e a compreensão do perdão de Deus. Na primeira epístola de Pedro 2:2 diz: “Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação. ” Como crianças que precisam, e por isso desejam o alimento para crescerem, nós também precisamos do alimento espiritual para o desenvolvimento da nossa fé.
A nutrição espiritual vem da Palavra de Deus, a Bíblia. Nesse período precisamos de instrução e de busca pelo aprendizado. Em 2 Pedro 3:18 diz: “Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, o conhecimento de Jesus será então, a base de todo o crescimento espiritual.
Já na juventude, o cristão torna-se forte para andar em santidade e em pureza, pois ele é capaz de vencer o maligno e suas tentações. Nessa fase ele já possui conhecimento para construir a base de sua fé e usa seu conhecimento bíblico como arma contra o mal.
A última fase é a maturidade espiritual. São aqueles que alcançaram um conhecimento de Deus mais completo. Suas experiências o levaram a prevalecer na fé e agora são capazes de ser instrumento do Senhor para levar outros a essa mesma maturidade, nos tornamos “pais”.
Todo esse processo demanda renúncia, e por isso gera dor. Sim, crescer dói! A maturidade é marcada pela nossa capacidade de fazer boas escolhas e só termina quando formos chamados por Deus ao nosso lugar de origem, o céu, seja pela morte física ou por Sua volta.
Portanto, quero convidar você a pensar em qual fase do desenvolvimento da fé você se encontra, mas nesse sentido, tenho uma grande notícia! Veja o que a Bíblia diz em Hebreus 5:13: “Pois Cristo é ao mesmo tempo leite para bebês e carne forte para os que são maiores de idade. ” Ou seja, a verdade do Evangelho é compatível a todas as fases, de modo a se adequar à sua capacidade. Então, busque o crescimento, se dedique a ele e você colherá frutos eternos para a glória de Deus.