Se existe uma pergunta que nos atrai hoje em dia, com certeza essa pergunta é: qual a sua opinião sobre isso? Ou talvez, alguém o questione com palavras diferentes: o que você acha disso ou daquilo? Difícil é encontrar alguém que se recuse a responder, que peça um tempo para pensar ou que simplesmente diga um belo e sonoro “não sei”.
Com o avanço da tecnologia e a facilidade de acesso à informação, temos hoje na palma da mão um conteúdo muito superior ao que, há poucos anos atrás, só tínhamos nas grandes bibliotecas. Isso sem falar no trabalho que tínhamos para pesquisar um assunto qualquer que fosse. Hoje, por outro lado, como num passe de mágica, atravessamos a distância de um clique, e já temos praticamente respostas para todo tipo de pergunta.
E diante desta facilidade no acesso a qualquer conteúdo que desejamos, temos a tendência de acreditar que somos os dominadores do conhecimento. Mesmo sem perceber, somos tentados pelo desejo de dar nossa opinião sobre qualquer assunto que chegue até nós. De uma hora para outra, parecemos até mesmo especialistas em matérias como Direito, Economia, Política, Teologia, chegando até temas como criação de filhos, por exemplo. Basta que o assunto esteja presente na internet que, em poucos segundos, nos julgamos capazes de formar opinião, julgar, criticar ou tecer qualquer tipo de comentário.
No livro de Provérbios encontramos um ensinamento muito importante sobre os efeitos de abrirmos a boca sem entendimento e sobre falar do que não conhecemos. Segundo Salomão: “Até o insensato passa por sábio quando fica calado; e de boca fechada, o tolo até parece inteligente”. (Provérbios 17:28). Em outro trecho, Salomão ainda diz: “O tolo revela todo o seu pensamento, mas o sábio o guarda até o fim”. (Provérbios 29:11).
Observo que os assuntos polêmicos, aqueles que geram discussões acaloradas e dividem opiniões, são os favoritos dessa geração que acredita que sabe de tudo. Porém, nós devemos saber que, definitivamente, não precisamos dar nossa opinião a respeito de tudo, pois quando o fazemos, corremos diversos riscos, tanto no sentido de falarmos bobagens e sermos considerados tolos, fúteis e ignorantes, como também podemos ferir pessoas com nossas palavras, transmitir informações erradas e espalhar notícias ou informações falsas.
Assim, que sejamos capazes de guardar não somente o nosso coração, mas também a nossa boca, usando-a com diligência e sabedoria em todo tempo.