Quando descobri que era filha

imagem: envato

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Querida amiga,

Com a chegada do Dia dos Pais, me peguei refletindo profundamente sobre o que significa “paternidade” e acredito que você também. Por esse motivo resolvi te escrever.

É natural que, ao pensarmos nisso, a mente vá direto à figura dos pais terrenos, os que criam, ensinam, cuidam. A gente ouve tanto sobre como a presença (ou ausência) do pai influencia a formação de um filho e molda boa parte de sua vida. E isso é, de fato, inegável. Mas, eu queria compartilhar com você uma parte mais íntima dessa reflexão. Talvez você se identifique.

Você sabe que cresci em um lar onde, mesmo com muito amor, meus pais não eram cristãos praticantes. Mas, mesmo assim, desde pequena, ouvi falar sobre Jesus, sobre fé, sobre o caminho da salvação. Isso foi uma base e sou grata. Mas confesso que, no início da minha caminhada cristã, eu sentia uma falta… sentia falta de ter meus pais ao meu lado nessa jornada espiritual, vivendo comigo essa fé, me ensinando a orar, a ler a Bíblia, a confiar em Deus.

Comecei a frequentar a igreja muito jovem, e não foi, à princípio, por amor ou entrega. Era medo. Medo das coisas darem errado, medo de não agradar a Deus, medo de ser punida. Na minha mente, Deus era um ser distante, bravo, pronto a castigar quem não obedecesse. Eu O enxergava como um juiz severo, e não como um Pai amoroso. E sabe o que me dói? Pensar que tem muita gente, dentro das igrejas, vivendo com essa mesma imagem distorcida. Gente que não se sente filha. Que se aproxima de Deus apenas por temor, e não por amor.

Minha amiga, foi nesse ponto que a minha oração mudou. Comecei a pedir sabedoria. Pedi que o Senhor me cercasse de pessoas que me ajudassem a conhecê-Lo de verdade, e Ele atendeu. Vieram conselhos, vieram palavras, veio a Bíblia ganhando vida nas minhas mãos. Descobri, nesse processo, que meus pais me deram o melhor que podiam. E que o Pai Celestial estava comigo o tempo todo.

Nessa busca, encontrei libertação. Sim, fui liberta da ideia de um Deus inalcançável. Conheci um Deus presente. Descobri o amor paterno mais puro e verdadeiro: o amor do Pai que entregou o Filho por amor a mim. Que abriu o caminho para que eu pudesse me achegar a Ele, com liberdade e confiança, como filha.

Ah, minha amiga, veja que interessante: a Bíblia está cheia de declarações sobre essa identidade que recebemos. E um dos textos que mais me marcou foi Romanos 8:15-17: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo…”

Amiga, essa é a maior verdade que carrego hoje: eu sou filha. E essa filiação me trouxe cura, segurança, propósito. Compreendi que Deus nunca foi aquele juiz severo da minha imaginação, pelo contrário Ele sempre foi Pai. Um Pai que acolhe, ensina, espera e transforma.

Hoje eu declaro com fé: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor!” Porque sei quem eu sou: sou filha. E sei quem Ele é: o meu Pai.

Espero, de coração, que você também experimente esse amor que transforma e preenche. E lembre-se: estou aqui para caminhar ao seu lado. No que precisar, pode contar comigo.

Com carinho,

Sua amiga.

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