A vida atrás de uma tela, seja ela de um celular, computador ou televisão (que é o meu caso), pode parecer para muitos maravilhosa e sem nenhum tipo de defeito. No entanto, estar off-line, sendo eu mesma, vivendo momentos com quem realmente importa e dando valor às coisas de Deus, com certeza tem um valor muito maior.
Infelizmente hoje vejo pessoas usando a tela para ter ou parecer ter uma vida que não tem, vivendo uma vida de ilusão, e, por experiência própria, posso afirmar que isso não faz nenhum sentido.
Por isso, quero compartilhar com vocês, leitores da Revista Renascer, como eu hoje realmente me sinto atrás da tela, pois a verdade é que eu queria ser famosa e ter uma vida fútil, mas Deus tinha um plano muito maior para a minha vida.
Nasci na cidade de Ceres, mas fui criada em Rubiataba, no Estado de Goiás. Minha mãe era professora de escola pública, e meu pai construtor civil. Éramos três irmãos e tínhamos bem pouco, mas hoje vejo que era o que precisávamos para viver em paz. Sempre fui uma criança sonhadora, desejava ter muitas coisas materiais e alçar grandes voos na vida. No meu íntimo, eu queria ter muito para me sentir igual a tantas pessoas que vivem uma vida de ilusão, assim como vejo hoje pessoas querendo parecer ou ser igual a alguém que acompanha pelas redes sociais.
Minha mãe era rígida e me fazia obedecer a doutrina da igreja que frequentávamos. Era um lugar muito abençoado por Deus, mas eu achava a doutrina pesada demais para uma menina de 8 anos, nem mesmo televisão podíamos ter em nossa casa. Apesar de tudo, eu já amava Jesus, mas não reconhecia a minha própria identidade.
Então, eu ia para casa da minha vó só para assistir televisão. Foi aí que vi na TV, mulheres bem-sucedidas e comecei a acreditar que eu também tinha que ficar famosa, pois só assim seria vista, amada e “imensamente feliz”, assim como muitas daquelas famosas “demonstravam ser” atrás da tela. Foi assistindo televisão que anulei a minha realidade para viver a realidade dos programas de televisão.
Aos 17 anos me afastei da igreja por completo. Logo em seguida, prestei um processo seletivo em uma rádio em minha cidade e fiquei em primeiro lugar. Estava feliz por fora, mas triste e vazia por dentro. Já parou para pensar quantas pessoas que estão por trás da tela não se sentem assim?
Comecei a estudar jornalismo, e então eu vi as porteiras do mundo abertas para mim. Vi que eu podia fazer tudo o que eu queria. Foram alguns anos tentando ser quem eu não era.
Mesmo com todas as oportunidades mundanas que eu tinha, continuava me sentindo uma estranha.
Em uma das inúmeras tardes de sábado em casa, assistindo televisão, ao ver o testemunho de uma famosa cantora gospel, fui completamente impactada pelo Espírito Santo. Quando ela falou o versículo de 1 Coríntios 2:9, “Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”, aí eu desabei. Naquele momento, entreguei a Deus o meu sonho de ser uma jornalista conceituada, e de trabalhar em TV. Disse a Ele que estava disposta a deixar tudo para trás. Daquele dia em diante, tudo se fez novo. Me sentia viva e encontrei na igreja um lugar que eu gostava de frequentar. Tive grandes oportunidades de estágios em televisões, rádios e eventos. Via Deus em cada detalhe. Trabalhei em rádios até ser contratada pela Record TV Goiás, onde estou até hoje com grande aceitação do público goiano.
Hoje posso garantir duas coisas: não conseguiria sem Deus e fama não traz felicidade.
Sei que não sou famosa, mas sou conhecida por muitos. Entendi que realmente a honra e a glória pertencem só a Deus. Desde que conheci Jesus, me sinto útil, gente e feliz de verdade atrás da tela.
Você que está lendo esse texto, se me ver por aí, despenteada, sem maquiagem e de chinelão, não se assuste, eu sempre estou ocupada demais, sendo feliz e cuidado de tudo que Deus me deu.
Meu conselho de vida? Não tente ser uma pessoa que você não é. Assuma a sua identidade e viva feliz on-line, mas principalmente off-line.