A rivalidade feminina tem sido um estigma no universo feminino ao longo dos anos. Ouvimos constantemente que mulheres “são assim mesmo”, desunidas e competitivas, como se a rivalidade fizesse parte da natureza feminina. Somos ensinadas desde cedo que “amizade entre mulheres não é verdadeira” ou que “homens são mais fáceis de lidar”; somos levadas a acreditar que outras mulheres são nossas rivais e que precisamos ser melhores que elas.
Crescemos ouvindo nossas mães, avós e tias falando mal de outras mulheres, criticando seus corpos ou suas roupas. Somos formadas achando que somos perigosas, venenosas e traiçoeiras, e isso tem poder sobre a nossa percepção de mundo. Tudo o que ouvimos desde cedo acaba influenciando a construção de um imaginário em nossa mente.
Ocorre que, apesar de sermos constantemente bombardeadas com essas informações, devemos tomar a iniciativa de questionar tais ensinamentos, afinal de contas, eles não possuem nenhum fundamento bíblico. Quando Deus criou o homem e a mulher, conforme está descrito lá em Gênesis, Ele colocou a Sua imagem e semelhança em nós. Fomos criadas para resplandecer os atributos comunicáveis do Criador através de nossas vidas, como por exemplo, amor, bondade, misericórdia e justiça.
Sabemos que Gênesis 3 mostra quando o pecado entrou no mundo e deturpou as relações por completo, trazendo discórdia para a humanidade, mas como fomos salvas e redimidas pelo sangue de Jesus, por esse motivo, a queda não deve nos definir, mas sim o padrão inicial de Deus, com Sua harmonia e beleza.
Ao nos criar, o Senhor não colocou a rivalidade como algo incorporado em nós, ou seja, não fomos criadas para isso. Sendo assim, devemos combater esses padrões pecaminosos e lutar todos os dias para desmentir a ideia de que somos naturalmente desunidas. Esse pensamento é pecaminoso e só demonstra a sociedade doente na qual estamos inseridas.
A Bíblia aponta para o exemplo de mulheres que competiram entre si, causando destruição em suas relações. Lia e Raquel (Gênesis 30), esposas de Jacó que brigavam pela atenção do marido e, como Raquel era estéril e Lia tinha muitos filhos, isso acabou gerando uma competição doentia entre elas, que afetou o bem-estar de toda a família.
Também podemos citar o exemplo de Sara e Agar (Gênesis 16), que começaram a competir pois Agar, serva de Sara, havia concebido um filho Abraão; além de Ana e Penina (1 Samuel 1), relatando a Palavra que Penina era rival de Ana e a provocava por conta da sua fertilidade, enquanto a outra era estéril.
Ao mesmo tempo, vemos exemplos de união como Rute e Noemi. As duas estavam em uma situação de vulnerabilidade, eram mulheres e viúvas, mas elas decidiram se ajudar. Da mesma forma que Rute ficou ao lado da sua sogra e a acompanhou em seus momentos difíceis, Noemi incentivou sua nora a vencer os desafios e a crescer. Elas se apoiaram e juntas conseguiram superar o luto, as dificuldades e os julgamentos. Elas sofreram juntas e, ao final, se alegraram na presença do Senhor, sendo um grande exemplo de como a união entre as mulheres pode ser impactante e transformadora.
Diante de tudo isso, precisamos incentivar a união feminina, nos desafiando dia após dia a levantar outras mulheres, elogiá-las e fazê-las crescer. Necessitamos desenvolver a compreensão de que a vitória de uma mulher não significa a sua derrota; elogiar e incentivar suas amigas não te faz retroceder; impulsionar uma colega não te puxa para baixo. Portanto, precisamos caminhar de mãos dadas e tornar o mundo um lugar mais leve para nós mesmas e para as demais portadoras da imagem e semelhança Divina.
Alana, que o nosso Deus e Pai continue a te usar como o Seu instrumento. Este texto, muito me edificou. Que Deus te abençoe.
Muito precioso esse conteúdo Obrigada
Alan, bom dia.
Obrigada pelo lúcido texto. Uma bela reflexão para nós mulheres!