A maioria dos homens, com algumas exceções, nasce com o caráter moldado para ser o sacerdote e provedor de seu futuro lar, muitas vezes tendo o pai como referência. Louvado seja o Senhor por isso, pois Deus nos criou com esse propósito. Entretanto, no mundo em que vivemos hoje, o principal e mais valioso elemento parece escapar por entre nossos dedos: o tempo. Não apenas o tempo em seu sentido literal, mas o tempo de qualidade.
Quando datas comemorativas, como o Natal, se aproximam, muitos pais pensam imediatamente em comprar os presentes da moda para os filhos. No entanto, não é incomum ouvirmos as reclamações de que os pequenos já não se interessam pelos brinquedos relativamente novos, e a casa acaba se tornando um depósito de objetos esquecidos.
O que poucos pais percebem — ou, mesmo percebendo, ignoram diante da ânsia de prover cada vez mais — é que o interesse das crianças pelas brincadeiras não está no objeto em si, mas na interação proporcionada. O que move a brincadeira não é apenas o “com o quê” brincar, mas o “como” e “com quem”. Brinquedos caros, mesmo os pedagógicos e sofisticados, podem chamar a atenção, mas é a presença de outra pessoa que gera maior envolvimento, socialização, aprendizado e desenvolvimento.
Infelizmente, estamos substituindo nossa presença como pais e nossa paternidade pela Internet, que jamais poderá ocupar esse papel nas vidas de nossos filhos e em nossas famílias. É necessário parar, refletir e recalcular a rota. Presentear é um gesto bonito e significativo, mas ser presente — fazer-se presente diariamente, nos pequenos detalhes — é ainda mais valioso. Presentes materiais podem marcar momentos, mas a presença física e emocional constrói memórias duradouras.
Jesus é conhecido na Bíblia como Emanuel, que significa “Deus conosco” (Mateus 1:23), uma clara demonstração de Sua presença constante com Seu povo. Ele promete estar conosco até o fim dos tempos (Mateus 28:19-20). Paulo reforça essa ideia ao dizer que somos o “perfume de Cristo”, um aroma que só pode ser sentido quando os cristãos caminham, testemunham e espalham o amor de Deus em suas famílias, no trabalho e em outros ambientes sociais (2 Coríntios 2:15). João, ao escrever suas cartas, expressa o desejo de não se limitar à comunicação escrita, mas de estar presencialmente com os destinatários (3 João 13-14).
Mais do que dar presentes, seja presente.
Acredite: a presença constante, atenta e amorosa é o maior presente que podemos oferecer àqueles que amamos.