Um certo dia ouvi alguém dizer, de uma forma diferente, de que somos como árvores. Árvores cheias de folhas, em certa estação do ano com muitas flores e em outras, com frutos. Isso, na verdade, não foi algo inédito para mim, mas a maneira pela qual ouvi essa pessoa falar sobre isso, me chamou a atenção, e durante alguns dias fiquei reflexivo.
Em uma das minhas leituras devocionais da Bíblia, me lembrei de uma passagem bíblica que dizia o seguinte: “Ele há de tornar-se qual árvore plantada junto a correntes de água, que dá seu fruto na sua estação e cuja folhagem não murcha, e tudo o que ele fizer será bem sucedido”. (Salmos 1:1-3). A partir de então, algumas coisas passaram a fazer sentido a ponto de acreditar que essa comparação é bem oportuna para ser compartilhada, ainda mais nessa estação do ano em que estamos: a primavera.
Algumas árvores podem viver por muito tempo, por exemplo, dizem que algumas oliveiras na região mediterrânea têm de um a dois mil anos de idade. Numa floresta, as árvores adultas, muitas vezes, são benéficas para o seu ambiente. As árvores altas, por sua vez, oferecem uma sombra protetora para as árvores novas e as folhas que caem enriquecem o solo. As árvores mais altas do mundo costumam crescer juntas nas florestas, apoiando-se umas nas outras. Visto que as raízes podem acabar se entrelaçando, várias árvores juntas resistem muito melhor a um temporal do que uma árvore isolada na campina.
O apóstolo Paulo talvez fizesse referência a uma árvore, quando explicou que os cristãos devem prosseguir “andando em união com ele [Cristo], arraigados, e sendo edificados n’Ele e estabilizados na fé”. (Colossenses 2:6-7). De fato, os cristãos só conseguem manter-se firmes se estiverem bem arraigados em Cristo (1 Pedro 2:21).
E de que outras maneiras nós, servos de Deus, podemos ser comparados a árvores? Assim como as árvores num bosque são apoiadas pelas mais próximas, todos os que se mantêm achegados à congregação e em comunhão, também recebem apoio de outros irmãos (Gálatas 6:2). Os cristãos maduros, fiéis, com amplas raízes espirituais, ajudam os mais novos a continuar firmes na fé, mesmo em face de uma oposição ‘tempestuosa’ (Romanos 1:11, 12). Os cristãos mais novos podem desenvolver-se sob a “sombra” protetora de servos de Deus mais experientes (Romanos 15:1). Além disso, todos os membros de uma congregação de pessoas cristãs tiram proveito da fortificante nutrição espiritual fornecida pelas “grandes árvores de justiça” (Isaías 61:3).
Assim sendo, vejo que é maravilhoso ser comparado a uma árvore e saber que todos nós, servos de Deus, temos a perspectiva de ver o cumprimento da promessa encontrada em Isaías 65:22, que diz: “Os dias do meu povo serão como os dias da árvore”.