É com muita alegria que venho compartilhar com os leitores da Revista Renascer o milagre da vida. Meu nome é Daniela de Paula Mendes dos Santos, tenho um filho chamado Isaque Mendes da Silva, que está com 92 dias de nascido.
Tinha consciência que não poderia ter filhos, pois tive um câncer no útero e passei por vários tratamentos em um período de um ano e oito meses. Com essa enfermidade, fiquei entre a vida e a morte. Os médicos falaram para minha mãe que não poderiam fazer mais nada, pois o câncer já tinha se alastrado.
Passei por três cirurgias, fui para São Paulo, fiz inúmeros tratamentos, até que as dores foram passando aos poucos. Deus me curou. Mesmo assim, era impossível ser mãe.
Certo dia, eu e meu esposo estávamos no trabalho, quando chegou um pastor e perguntou se poderia orar por nós. Enquanto ele orava, nos disse que via uma criança em nosso meio. O pastor afirmou que não demoraria, e muito em breve essa criança chegaria para trazer mais alegria para a minha família. Naquele momento eu ri, pois sabia que era impossível, devido ao câncer que tive, mas ele nos disse que para Deus nada era impossível. Mesmo assim, eu duvidei.
Tempos depois, em uma outra oportunidade, uma pastora pediu para orar por mim. Estava com meu esposo quando ela disse que eu seria mãe e não iria demorar. Mesmo com a confirmação, ainda duvidei.
Após noventa dias dessas duas revelações, eu engravidei. Fiquei muito emocionada e extremamente agradecida a Deus. Porém, desde o início da gestação, tive ameaças de aborto. Mas eu confiava que Deus havia me dado aquela criança e sabia que Ele não a tiraria de mim. Nesse período, ainda tive diabetes e anemia profunda, mas graças a Deus, tudo passou. Sempre agradeci muito ao Senhor. Não houve um dia sequer em que eu blasfemei contra Ele. Tomei os remédios, fiz o repouso e graças a Deus deu certo.
No sexto mês da minha gestação, uma pastora pediu para orar por mim. Ela me disse que eu estava passando dificuldades na minha gravidez porque Deus estava mandando uma autoridade, um presente d’Ele, por isso, tudo conspirava para que ele não nascesse, mas Deus iria cumprir a Sua promessa e eu teria meu filho em meus braços. Naquele momento meu coração se alegrou.
Após trinta dias dessa revelação, meu filho nasceu. Nesse dia eu acordei incomodada. Sou evangélica desde os nove anos de idade, mas nunca havia ouvido a voz do Senhor. Às seis da manhã, ouvi uma voz que dizia para eu ir fazer o exame de ultrassom. Levantei e pedi para que minha irmã me levasse ao médico, e ela prontamente se dispôs.
Assim que começou o exame, o médico me perguntou se eu sentia meu bebê mexer. Eu disse que sim, mas ele insistiu nesse questionamento. Perguntei a ele o que estava acontecendo, e ele me disse que todo o meu líquido havia secado, e meu bebê já estava em sofrimento fetal. Por isso, teria que fazer o parto naquela hora, pois o bebê poderia não sobreviver.
Mesmo com o coração disparado e em prantos, implorei a Deus que não tirasse o meu filho de mim. A médica que me atendeu disse que daria uma injeção para amadurecer o pulmão do meu bebê, mas o parto só poderia ser feito se tivesse uma UTI neonatal, e lá no hospital não tinha.
Vários amigos correram para me ajudar. Eu havia chegado no hospital às oito horas da manhã e às onze ainda não havíamos encontrado uma UTI. Então, uma das minhas amigas resolveu ligar para o pastor João Queiroz e pedir ajuda. O pastor João ligou pra um médico e conseguiu um leito no Hospital Materno Infantil.
A médica que me atendeu me disse que teria que fazer o parto naquela hora, e ainda me informou que somente um dos dois sobreviveria, pois a minha pressão estava muito elevada e o parto seria de altíssimo risco. Pedi para a médica salvar o meu filho, pois ele tinha sido escolhido por Deus. Eu tinha certeza que meu filho seria um profeta do Senhor e por isso, deveria viver.
Na sala de parto estava com o coração em paz. Queria que salvassem o meu filho. Tentaram aplicar a primeira anestesia e ela não pegou. Na segunda tentativa, já começaram operar, mesmo eu sentindo, pois não poderia esperar muito tempo. O bebê nasceu ainda dentro do saco amniótico que não havia estourado. O médico ficou encantado, pois nunca havia feito um parto assim, e ele chamou várias pessoas para ver. Era um bebê pequenininho, dentro daquela bolsa e com os olhos abertos. Deus colocou sua mão novamente sobre nós, e nós dois sobrevivemos. Meu filho nasceu no dia 03 de outubro de 2016, às 16:30, pesando apenas 1,100kg. Foi direto para a UTI, e eu não pude vê-lo.
Após três dias na UTI do Hospital Materno Infantil, ele foi transferido para o Hospital do Garavelo, e lá eu não podia ver meu filho o tanto que eu queria, somente vinte minutos por dia. Não podia tocá-lo, pois ele estava todo entubado e todo furadinho. Ele estava com uma infecção generalizada, com infecção de urina e ainda anemia. A médica foi muito sincera comigo quando me disse que o estado dele era gravíssimo, pois tinha três por cento de chance de viver. Eu confiei apenas em Deus e disse a ela que ele sobreviveria e eu o levaria para casa.
Todos os dias era uma notícia ruim. Muitos me ajudaram em oração, clamando pela vida do meu filho. Após quarenta dias de muito sofrimento, porém de muita fé, pude pegá-lo em meus braços. Foi uma grande emoção. A mesma médica que duvidou quando eu disse que levaria meu filho vivo para casa, me entregou ele no dia da alta. Ela confessou que não estava acreditando que estava liberando aquela criança do hospital.
E hoje estou aqui, com meu neném em meus braços. Por isso, nunca percam a fé e a esperança em Deus, e jamais blasfemem contra Ele. Tenha a certeza que Deus é fiel para cumprir as Suas promessas. O que o Senhor tem para você, Ele irá te dar. Apenas creia!