“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe”. (Salmo 139:13).
No livro de Salmos podemos encontrar uma coleção de hinos e orações referentes a Deus e em adoração a Ele. A Davi, o mais conhecido dentre todos os reis bíblicos, o homem segundo o coração de Deus, músico, poeta e detentor de tantos dons, é atribuída a autoria de vários Salmos, dentre eles o de número 139.
O Salmo 139 nos revela, de forma excepcional, a onisciência, onipresença e onipotência de Deus, pois Ele planeja, presencia e, com poder, guia as nossas vidas.
No versículo 13 vemos que o Senhor tece uma nova vida no ventre da mulher, antes mesmo que ela saiba quem é aquele ser. Ele já o chama pelo nome e escreve os seus dias. Ali nasce uma mãe: protetora, amável e disposta a entregar tudo de si pelo seu bebê. A mulher gera um bem precioso, seu corpo se adapta e nutre a vida do bebê que é único e escolhido por Deus. O texto é uma descrição da obra de Deus no sopro da nova vida, bordando cada detalhe do bebê e sustentando a mãe que também está nascendo.
Ser mãe é um sonho desde a minha infância e tive o privilégio de gerar e ver nascer duas lindas e preciosas meninas, a Melissa (hoje com quase três anos de idade) e a Liz (com dez meses de vida). Contudo, durante o processo de gestar pude vivenciar intensa e profundamente cada palavra do Salmo 139.
Durante minha segunda gestação, por volta do quarto mês, fui surpreendida com um diagnóstico que me deixou paralisada: uma placenta prévia com indícios, já naquele momento, de uma possível infiltração para outros órgãos.
Mas o que isso significa? Em uma simples explicação para leigos, como eu, a placenta é responsável por fornecer oxigenação e nutrientes ao bebê por meio do sangue da mãe. Normalmente, a placenta deve se fixar na parte superior ou lateral do útero, permitindo que o colo se dilate regularmente durante o trabalho de parto, uma vez que é por ali que o bebê vai passar. Porém, em caso de placenta prévia sua formação ocorre de modo anormal, cobrindo total ou parcialmente o colo do útero, o que pode causar sangramentos (leves ou abundantes) antes, durante ou após o parto, colocando em risco a vida da mãe e do bebê; nascimento prematuro do bebê e necessidade de realização de remoção cirúrgica do útero (histerectomia).
Por qualquer ângulo observado, não há nenhum desdobramento bom ou menos difícil desse diagnóstico, assim como não foi minha reação inicial. Chorei, como eu chorei! Tive muito medo de perder a minha pequena e orei, me derramei no Senhor com o coração em pedaços. Vivi em lágrimas e em clamor o que o salmista Davi escreveu: “Senhor, tu me examinas e me conheces, Tu sabes o meu sentar e o meu caminhar; de longe entendes meus pensamentos. Tu cercas o meu andar e meu deitar; conheces desde antes os meus caminhos. Mesmo não havendo ainda palavra alguma em minha língua, eis, Senhor, que já sabes tudo.” (Salmos 139:1-4).
Por vezes, como mães, como seres humanos, nos vemos inábeis, falhos e completamente incapazes diante das adversidades, somos paralisadas pelo medo, mas, em nosso coração, deve haver uma única certeza: somente Deus pode nos socorrer e Ele tem o poder sobre todas as coisas!
Muito antes daquela consulta médica, eu e meu esposo havíamos escolhido o nome da nossa tão amada, desejada e aguardada segunda filha: Liz! Sem saber, já estávamos declarando sobre a sua vida que o “meu Deus é abundância”, “meu Deus é um juramento”! Assim, firmados no significado de seu nome e declarando o que a Bíblia diz, reafirmamos durante toda a gestação, até o seu nascimento, vida em abundância sobre a nossa Liz.
O poder de Deus supera o nosso entendimento e é capaz de apagar e alterar toda e qualquer palavra de maldição, diagnóstico médico, circunstância oposta, pois, a palavra final vem sempre d’Ele! É Ele quem garante o nosso futuro e destino, e para Sua honra e glória a Liz nasceu no tempo certo, saudável, cheia de sorrisos e alegria! Como eu amo minha caçulinha, ela é a maior pureza e doçura em formato de neném!
Certamente, o Senhor examina o nosso coração, nos prova e conhece os nossos pensamentos, busca em nós algum mau e, com confiança, nos guia pelo caminho eterno (v. 23-24). A verdade é que, quando cremos e esperamos em Deus, tudo ocorre no tempo certo. Nada é demasiado lento ou rápido, pois nosso Pai faz tudo no melhor momento.
Assim, como mães, somos testemunhas vivas do amor de Deus, pois fomos escolhidas para o nobre papel de gerar e nutrir vidas preciosas. A jornada da maternidade pode ser desafiadora, com suas incertezas e medos, mas, assim como Davi escreveu em seus Salmos, confiamos que o Senhor é o nosso conselheiro.
Que neste Dia das Mães possamos nos lembrar do milagre da vida, da promessa de Deus sobre nós e de Sua fidelidade imutável. Que possamos nos alegrar nas bênçãos que Ele nos concede e continuar confiando em Seu plano perfeito para nós e para nossos filhos.
Feliz Dia das Mães!