Violência doméstica

A violência no Brasil atingiu níveis inaceitáveis e tem colocado o país entre os mais perigosos do mundo, com estatísticas compatíveis às grandes guerras, e poucos sinais de mudança no horizonte mais próximo.

Entre os crimes mais comuns, destaca-se a violência doméstica, onde a principal vítima é a mulher. A violência doméstica pode ser verbal, moral, psicológica, física e patrimonial. Conforme pesquisa do DATAFOLHA sobre violência de gênero no Brasil, de agosto de 2017, em 61% dos casos o agressor era uma pessoa conhecida da vítima e, 12 milhões de mulheres declaram ter sofrido violência verbal neste ano. Segundo o Instituto Maria da Penha a cada 2 segundos uma mulher é agredida e a cada 2 horas uma mulher é morta no país (feminicídio).

E muitos perguntam: por que o país ficou assim? Por que a família está acabando?

A resposta não é fácil, mas podemos constatar algumas causas: a) o estado de desobediência, iniciado no Livro de Gêneses no capítulo 3, tem fragilizado a família enquanto projeto de Deus; b) o estado de divisão, iniciado na casa de Isaque e registrado em Gêneses 25:28, se perpetua nas famílias brasileiras por meio da vaidade, egoísmo, espírito crítico e preferências, que contemplam o individual e não o coletivo; c) o estado de indiferença, identificado na história do rei Davi com relação a seus filhos, em II Samuel 13 e seguintes, produziu a maior tragédia familiar da história bíblica: um estupro, um homicídio,  uma conspiração contra o trono, um incesto coletivo em público e a morte trágica de Absalão. Essa mesma indiferença tem vitimado a família brasileira, com pais que não educam seus filhos e filhos que não obedecem a seus pais (Malaquias 4:5).

Mesmo com todo o esforço do Estado para barrar a violência doméstica, ela tem crescido a cada dia. A lei Maria da Penha foi o primeiro instrumento legal para ir contra isso. A recente tipificação do feminicídio foi a última medida legal (Código Penal, Art. 121, § 2º, VI), mas, os números continuam crescendo.

Em termos práticos vamos então a algumas dicas para prevenir a violência doméstica:

  1. a) Denuncie à polícia ou conselho tutelar toda forma de violência – ameaça, injúria, agressão física, assédio ou agressão sexual;
  2. b) Evite se envolver emocionalmente com pessoas recém conhecidas – a maior parte dos casos de violência contra crianças é praticada por pessoas estranhas que passam a ter acesso à intimidade da casa;
  3. c) Seja proativa, ao primeiro sinal de violência procure ajuda – a violência doméstica é gradativa e progressiva, começa do mais simples e pode chegar até a morte.

Uma última pergunta: a violência doméstica pode acontecer num lar cristão evangélico? Claro que sim! Veja como foi na casa do rei Davi. Em casos assim, a vítima precisa de ajuda e o agressor de tratamento.

Por fim, fica a recomendação do salmista:

“Se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade em vão vigia a sentinela.” (Salmos 127:1-2)

Aristóteles Sakai de Freitas

Delegado de polícia e pastor auxiliar da Igreja Batista Renascer. Foi Assessor de Municipalização da Secretaria Nacional Antidrogas-SENAD.

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