A lição de Daniel

imagem: envato

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“Daniel, contudo, decidiu não se tornar impuro com a comida e com o vinho do rei, e pediu ao chefe dos oficiais permissão para se abster deles.” (Daniel 1:8)

“A esses quatro jovens Deus deu sabedoria e inteligência para conhecerem todos os aspectos da cultura e da ciência. E Daniel, além disso, sabia interpretar todo tipo de visões e sonhos.” (Daniel 1:17)

Daniel e seus amigos fizeram parte da primeira leva de judeus levados para o cativeiro na Babilônia, no período aproximado de 605 a.C. Eram ainda adolescentes quando chegaram ao cativeiro para serem escravos. No entanto, por terem origem em famílias nobres, eram dotados de dons e por isso, receberam outros papeis no reino.

Naquele tempo, a Babilônia era uma grande potência provida de um elevado poder e influência. Esses jovens foram tremendamente usados e servem como exemplos para os cristãos ainda na atualidade. Convido você a observar essa história e aprender que as estratégias de Satanás não mudaram ao longo do tempo.

A primeira estratégia é a absoluta destruição da identidade. Nesse novo ambiente, tentaram mudar os seus nomes. Daniel significa “Deus é meu juíz” e quando chegou na Babilônia, mudaram seu nome para Beltessazar, que homenageia um dos falsos deuses daquele tempo.

Já Misael, que significa “quem é como Deus?”, passou a ser chamado de Mesaque. E o terceiro jovem, que se chamava Azarias (“Deus ajuda”), recebe o nome de Abede-nego, uma clara menção a um deus sumério.

O que percebemos com isso? A clara preocupação em alterarem a sua identidade, contrariando a tradição judaica de darem nomes que declaram bênçãos para o futuro e personalidade para os nascidos. Além dos nomes, tentaram mudar seus costumes, idioma, alimentação e cultura em geral. Entretanto, recusaram-se a se alimentar com aquela comida, afinal, sabiam que se tratavam de pratos consagrados a demônios e ídolos.

Olhando para os dias de hoje, sempre repito a instrução de que, não importa o estabelecimento, é importante consagrarmos a comida. Não sabemos por quais mãos aqueles alimentos foram feitos, então esse cuidado é essencial.

Naquele tempo, o esperado era que todos se alinhassem aos desejos do rei e seguissem os padrões culturais, não havia espaço para diferenças. Agora, você consegue imaginar o quanto aqueles meninos eram diferentes e por isso, enfrentaram uma grande batalha. Consegue identificar semelhanças com o tempo de hoje? Se observarmos, veremos que há o estímulo para que haja uma cultura única, onde todos seguem os mesmos padrões daquilo que é visto como bom e aceitável.

Um dos resultados inevitáveis é a destruição de princípios como santidade, lealdade e de outras coisas que são tão importantes para nós. Dessa forma, trago agora a segunda estratégia que fora usada — relativização do sagrado. Irmãos, existem princípios que são inegociáveis.

Com a leitura da história de Daniel, aprendemos que é possível fazermos a diferença em meio a sociedade corrupta e maligna. Não precisamos ser esmagados e dominados pelo medo de ser diferente.

É possível manter os seus princípios sem que seja preciso perder o seu emprego, sem ter que enganar, mentir ou ser diminuído. Do mesmo modo, podemos ser piedosos sem tornarmo-nos justiceiros, santos, sem nos camuflarmos entre o mundo.

Assim como Daniel e seus amigos não se curvaram diante dos falsos deuses e recusaram-se a negar a sua fé, contamos com essa graça nos dias atuais. Servimos ao Senhor que opera milagres e que detém o controle de nossa história. Que nos lembremos das palavras de Paulo, ao dizer: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7).

Portanto, não negocie a sua consciência, nem tampouco viva de modo dúbio, sem nenhum compromisso com a verdade. Não será toda fornalha ou leões que irão destruir a sua história! Ao contrário, conte com o auxílio de Deus e não abandone as práticas básicas — como o amor, piedade, generosidade e esperança.

Aproveitando que estamos no mês dos pais, preciso dizer que a família será o principal ambiente em que as nossas identidades serão formadas. Com famílias fortes e saudáveis, teremos homens e mulheres que se posicionam contra as centenas de influências e ideologias que tentam a todo instante alterar seu modo de pensar. Famílias funcionais criam gigantes, capazes de se manter firmes mesmo em meio aos ambientes mais promíscuos e destruídos pelo mal.

Daniel, Misael e Azarias foram instruídos e discipulados por Deus e, certamente, cresceram em um ambiente familiar que os fizeram prontos para enfrentar o que viria pela frente. O mundanismo não foi capaz de mudar um milímetro do caráter e integridade desses jovens.

A lição deixada para nós é a de que é possível sermos cristãos genuínos, mesmo em mundo caído. Não vivemos pela nossa própria capacidade, mas pela graça que nos mantém seguros, íntegros e fiéis diante do Senhor.

Quatro jovens impactaram uma nação e Daniel se tornou o homem mais forte da Babilônia. Esse é o poder de uma identidade firmada no Senhor.

Deus abençoe a sua vida e a sua casa!

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