No último mês, aconteceu na Igreja Batista Renascer a 7 ° edição do Congresso Transformadas, evento organizado anualmente pelo ministério de mulheres. Neste ano, o tema escolhido foi “Águas profundas”, referindo-se aos níveis de busca e ao relacionamento construído com o Senhor de forma diária. Entre as ministrações, estavam palavras de encorajamento e também instruções sobre temas relevantes como maturidade, sabedoria e posicionamento.
“Acredito que nesse novo tempo de empoderamento da mulher, nas conquistas que podemos fazer, tanto nos negócios, como dentro e fora de casa, o excesso de responsabilidades trouxe uma sobrecarga para nós”, afirma Aracele Borges, uma das preletoras convidadas pelo evento. Para a pastora e empreendedora, a participação do gênero feminino em diferentes esferas da sociedade é necessária, mas a avaliação cautelosa do acúmulo de papéis e possíveis sobrecargas não pode ser dispensada.
“O Espírito Santo está nos levando de volta ao nosso lugar. O desaceleramento representa uma posição que a mulher precisa voltar. Jesus deseja que entendamos que somos filhas amadas, nós temos uma identidade e somos empoderadas pelo Espírito Santo de Deus para exercermos respostas nas funções e nos papéis para quais fomos chamadas”, explica Aracele.
Novos níveis
Uma das passagens bíblicas mais citadas durante os dois dias de congresso é encontrada no livro de Ezequiel, em que o profeta relata a visão onde é levado a avançar por águas com grande profundidade. Em suas palavras: “um rio que eu não conseguia atravessar, porque a água havia aumentado e era tão profunda que só se podia atravessar a nado” (Ezequiel 47:5).
“Essa visão se aplica às nossas vidas, pois a água testifica do Espírito Santo de Deus. O rio é a expressão de um coração que crê. Cremos em rios fluem, apontando para a entrega, crescimento, maturidade e refrigério”, explica Deusdete Araújo, pastora e missionária que em sua ministração, escolheu explicar as características do amadurecimento espiritual.
Segundo a pastora, líder de um ministério no Rio de Janeiro, os passos fundamentais para a busca de novos níveis de maturidade e autoridade espiritual passam por disciplinas indispensáveis como a leitura bíblica, oração e comunhão com outros irmãos.
Ela complementa ainda dizendo que o autoconhecimento é peça chave para o processo de amadurecimento, uma vez que apenas após alguém reconhecer a necessidade de buscar por algumas mudanças, será aberto o caminho para a transformação. “Às vezes, chamamos nossa imaturidade de tristeza, temperamento, ou de jeito de ser, mas na verdade são aspectos de uma velha criatura. Precisamos ser revestidas por uma nova criatura que, ao contrário da velha, não tem natureza de escrava, mas de herdeira”, afirma.
Um chamado constante
Além de pastoras e missionárias, estava entre as preletoras a psicóloga Keyth Barros, já conhecida por algumas das mulheres do ministério. “Essa busca significa entrarmos em um nível de relacionamento com Deus muito mais íntimo e pessoal do que aquilo que nós vivemos na superficialidade. É vivermos algo novo de Deus, algo relacionado a milagres e àquilo que Deus tem para nós de extraordinário e que não pode ser encontrado em outro lugar”, definiu Keyth ao ser perguntada sobre o significado da imersão em águas profundas.
Para ela, o relacionamento entre o ser humano e o Senhor, assim como os interpessoais, também demanda diálogo e desenvolvimento, além de ser constantemente aperfeiçoado, ainda que por pequenos passos e avanços. “Na medida que vamos superando as nossas dificuldades e dores, Deus vai nos levando ao mais profundo. Um pouco mais a cada dia. Deus nunca nos coloca em um nível que nós não conseguimos estar. Ele nos acompanha e nos respeita dentro do processo. Precisamos entender que Deus sempre irá cuidar de nós, para que não avancemos além daquilo que iremos conseguir”, finaliza.