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imagem: envato

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Talvez você já conheça histórias que diferenciam envolvimento de compromisso, e provavelmente eu mesmo já tenha contado algumas delas aqui na coluna. Numa destas histórias, a galinha é comparada ao frango. A galinha se envolve na refeição, doando seu ovo. O frango se compromete com a refeição doando sua carne, sua própria vida. E quanto a nós? Muitas vezes não passamos de palpiteiros, filósofos meia boca e até agoureiros de plantão, que gostamos de intervir na vida dos outros, emitir opiniões, comentar, sentir pena, dizer o que deveriam ou não fazer, mas nos omitimos completamente de sermos parte da solução dos problemas deles.

Claro que bons conselhos e opiniões fundamentadas são sempre muito bem-vindos, quando solicitados ou necessários. O problema é a nossa hipocrisia. Quer um exemplo? Nos emocionamos com a história dos refugiados, nos comovemos com as tragédias e suas vítimas, queremos ser missionários nas terras distantes, mas quem nos conhece de perto sabe que somos incapazes de estender a mão ao vizinho, a um parente aflito, a um desconhecido que precisa de nossa ajuda.

Quando falamos de generosidade, muitas vezes temos aquele sentimento religioso que nos compele a dar uma esmola, levar uma moedinha de oferta, doar roupas usadas que nos sobram, doar um quilo de alimento em uma campanha filantrópica. Depois, voltamos pra casa pra colocar nossa cabeça no travesseiro e desfrutarmos do sono dos justos que tem a consciência tranquila de que fez a sua parte.

Colamos um adesivo em nosso carro novo: “A serviço do Reino de Deus”, mas ignoramos os irmãozinhos da periferia num dia chuvoso depois do culto na igreja que dependem de ônibus pra voltar pra casa. Ser solidário nem sempre é ser generoso. Veja bem, envolvimento é bom e útil, solidariedade também, mas ser generoso e compromissado com uma causa ou pessoa, é ir além.

Deveria ser traço da natureza do cristão ser generoso. Não deveria ser surpresa pra ninguém um cristão se doar em favor dos outros e deveria causar estranheza um cristão desejar ser elogiado por andar a outra milha ou corresponder à expectativa de quem dele espera alguma coisa. Não estou falando de obras pontuais e frutos de comoção eventual, mas de estilo de vida.

Ser conhecido pelo que é, quando suas obras só refletem aquilo que o coração delibera, não apenas ser lembrado como alguém com uma convincente vocação religiosa ou social que se traduz em um comportamento meramente formal, habitual. A única força capaz de converter um coração é a ação do Espírito Santo de Deus. Esta conversão vai além da salvação pessoal. Ela também vai se configurar em desprendimento, interesse genuíno pela promoção do outro, desapego aos tesouros acumulados na terra.

Muitos de nós esperamos a compaixão de Deus, mas não nos compadecemos de ninguém, dependemos do perdão de Deus, mas nosso perdão é esnobe, presunçoso. Queremos a vida abundante que Jesus prometeu, mas não fazemos muito para gerar abundância na vida daquele que tenta enxergar Deus em nós. Até agora tem sido um ano emocionalmente difícil para aqueles cujos corações tem ouvidos sensíveis ao sofrimento alheio.

Então, vamos refletir sobre quem temos sido, começando por uma autoleitura a partir daquilo que temos nos disposto a fazer pelos outros e pela nossa disposição ou não de nos doar voluntariamente. Aquelas lágrimas que talvez brotaram assistindo as tragédias pela televisão podem ser um sinal que existe dentro de você alguém a quem Deus quer usar para expressar seu amor àqueles por quem Ele generosamente se doou para resgatar.

Se a onda agora é compartilhar, compartilhe-se! Que a sua rede social não seja apenas virtual, mas de pessoas que são alcançadas pelas virtudes de Cristo que habitam em você!

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