Estou fitando, em silêncio, uma foto em preto e branco que mostra um menino de dócil aparência e olhar expressivo, confortavelmente acomodado em uma poltrona de couro com aconchegantes apoios de braço, onde ele apoia a sua frágil mãozinha. Meu pensamento faz conjecturas. Ali está uma mente pura, inocente, com apenas um ano de idade […]Leia Mais
Tags : aníbal filho
Enquanto ajeito minha cabeça no dorso de uma grande ovelha que dorme ao meu lado sobre a palha macia, posso contemplar algumas estrelas cujo brilho não foi ofuscado pelo clarão do luar que banha todo o vale. Quase à porta de nosso redil, um cercado rústico onde nos abrigamos para passar a noite, posso ver […]Leia Mais
Durante o dia ninguém continha a meninada travessa solta naquela imensidão de quintal, com córregos para banhos a algumas centenas de metros de distância da sede da fazenda e cavalos a correr pelos pastos, às vezes com um moleque chacoalhando em seu pelo, seguro apenas pela crina. À luz do dia tudo parecia mais fácil […]Leia Mais
Três da tarde, um dia qualquer do início de dezembro no meio da década de setenta. O trem de ferro apontava apitando entre as casas mais longínquas e quintais com bananeiras e laranjeiras, interrompendo o trânsito de fuscas, carroças e bicicletas. Na plataforma da estação, dez crianças ficavam em alvoroço, uns com os olhos fitos […]Leia Mais
O sonho era daqueles que a gente tem quando dorme profundamente e consegue contar com detalhes por muito tempo e por muitas vezes, depois de tê-lo sonhado. Quando estiquei as pernas para alcançar os chinelos à beira da cama, a primeira coisa a fazer foi tentar alinhar os cabelos, sem me importar com o longo […]Leia Mais
O café esfriava na mesa. Uma velha senhora ajeitava os pesados óculos e parecia ter os olhos marejados depois daquela conversa tensa que já durava quase uma hora. A outra, parecia haver esgotado todos os argumentos, além de já ter citado todos os versículos sobre perdão. A Bíblia surrada com versos destacados em lápis de […]Leia Mais
Quando olhei para a bagunça que ele fazia na primeira gaveta da escrivaninha, tirando todas as coisas, como: cabos, moedas, grampos, pilhas, capas de celulares e outras bugigangas e as colocando sobre a impressora, me deparei com aquele par de olhinhos pretos curiosos me fitando no meio da pergunta, segurando uma esfera de vidro na […]Leia Mais
Não havia tido exatamente uma briga, mas ele estava sem falar com o vizinho há dias, por causa de uma desavença sobre a altura do muro que separava seus quintais. Agora ele estava ali sentado à mesa vendo sua mulher levar à boca uma colher com a água do arroz, provando o sal. Ela percebeu […]Leia Mais
Era fim de madrugada na velha fazenda e o sol ainda estava dormindo por detrás das montanhas. As gotas de orvalho na grama verde explodiam quando tocadas pelas pesadas botas que se arrastavam na direção do curral, onde algumas vacas passaram a noite ruminando as sementes de baru que trouxeram do pasto, nas últimas horas […]Leia Mais
As nuvens já anunciavam uma tempestade no início da noite e os raios e trovões demonstravam sua força, quando o jovem percorreu quase três quilômetros de estrada poeirenta até chegar no trevo. Era uma cidadezinha no meio do nada, mas que se orgulhava do internato para rapazes nas suas cercanias, desses que abrigam meninos virando […]Leia Mais