Havia uma época do ano em que a madame chegava em seu carrão e estacionava embaixo das frondosas árvores em frente à humilde casa. Sua presença ali, conversando com a mãe de dez filhos, era observada meio à distância, e celebrada em silêncio, pelo menos até ela ir embora levantando poeira da rua, que ainda […]Leia Mais
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Ele já tinha corrido os olhos várias vezes pelas páginas daquele website à procura da melhor casa para alugar, dentro de suas condições já pensadas, repensadas e finalmente definidas. Local, preço, condições do imóvel, cômodos, garagem, quintal para seus cães, pré-requisitos imobiliários. Já tinha algumas pessoas importantes em mente, aquelas que seriam submetidas à constrangedora […]Leia Mais
Do alto do monte dava para ver as luzes da cidade e os faróis dos carros ruidosos que pareciam voar pela rodovia ao longe. O capim já começava a acumular as gotas de orvalho da noite e havia uma pequena clareira onde, de vez em quando, as pessoas se reuniam para orar até de madrugada. […]Leia Mais
Ele se levantava quando o dia estava amanhecendo pra varrer a calçada, enquanto ela passeava pela cozinha, procurando a caixinha de fósforos para acender o fogão à lenha. O rádio de pilhas sobre a mesa chiava baixinho canções de louvor. Uma bandeja decorada com um versículo bíblico, coberta com forro de crochê, esperava que as […]Leia Mais
Estou fitando, em silêncio, uma foto em preto e branco que mostra um menino de dócil aparência e olhar expressivo, confortavelmente acomodado em uma poltrona de couro com aconchegantes apoios de braço, onde ele apoia a sua frágil mãozinha. Meu pensamento faz conjecturas. Ali está uma mente pura, inocente, com apenas um ano de idade […]Leia Mais
Enquanto ajeito minha cabeça no dorso de uma grande ovelha que dorme ao meu lado sobre a palha macia, posso contemplar algumas estrelas cujo brilho não foi ofuscado pelo clarão do luar que banha todo o vale. Quase à porta de nosso redil, um cercado rústico onde nos abrigamos para passar a noite, posso ver […]Leia Mais
Durante o dia ninguém continha a meninada travessa solta naquela imensidão de quintal, com córregos para banhos a algumas centenas de metros de distância da sede da fazenda e cavalos a correr pelos pastos, às vezes com um moleque chacoalhando em seu pelo, seguro apenas pela crina. À luz do dia tudo parecia mais fácil […]Leia Mais
Três da tarde, um dia qualquer do início de dezembro no meio da década de setenta. O trem de ferro apontava apitando entre as casas mais longínquas e quintais com bananeiras e laranjeiras, interrompendo o trânsito de fuscas, carroças e bicicletas. Na plataforma da estação, dez crianças ficavam em alvoroço, uns com os olhos fitos […]Leia Mais
O sonho era daqueles que a gente tem quando dorme profundamente e consegue contar com detalhes por muito tempo e por muitas vezes, depois de tê-lo sonhado. Quando estiquei as pernas para alcançar os chinelos à beira da cama, a primeira coisa a fazer foi tentar alinhar os cabelos, sem me importar com o longo […]Leia Mais
O café esfriava na mesa. Uma velha senhora ajeitava os pesados óculos e parecia ter os olhos marejados depois daquela conversa tensa que já durava quase uma hora. A outra, parecia haver esgotado todos os argumentos, além de já ter citado todos os versículos sobre perdão. A Bíblia surrada com versos destacados em lápis de […]Leia Mais