Gostaria de compartilhar com vocês, leitores da Revista Renascer, um pouco sobre a minha experiência com a cozinha. Uma parte tão importante da casa, não é mesmo? Me lembro que desde muito pequena eu sempre tive uma imensa paixão por cozinhar. A minha brincadeira predileta sempre foi “cozinhadinha”. Durante uma parte da minha infância e da minha adolescência, meus pais eram proprietários de buffet e eu tive a oportunidade de crescer nesse mundo das panelas.
Além dos almoços e jantares que eles faziam, minha mãe também era salgadeira e os ingredientes estavam sempre ali disponíveis para que eu pudesse me aventurar em novas receitas.
Minha paixão pela cozinha nasceu de uma obrigação da minha mãe. Certa vez, meu pai foi contratado para trabalhar em uma temporada no rio Araguaia, o nosso famoso “mar dos goianos”. Na ocasião, ele precisava levar três pessoas para executar o serviço com ele, incluindo uma cozinheira, e assim, minha mãe, que até então só cozinhava em casa, ganhou a vaga de “cozinheira” e um livro de receitas (Dona Benta) que seria o seu fiel escudeiro e mais tarde, o meu também.
Essa temporada no rio Araguaia era de aproximadamente vinte dias. No início, minha mãe ficou apavorada com a ideia de ter que cozinhar profissionalmente pela primeira vez, mas meu pai, de forma confiante e impulsionadora, disse a ela: “você vai conseguir! Tudo que você precisa você vai encontrar nesse livro”. E foi dessa forma que ela encontrou o que precisava para executar o trabalho e também para acender em nós a paixão pela cozinha.
Hoje, o meu objetivo de vida é mostrar que cozinhar é um ato de amor e que com ele podemos unir pessoas e histórias. Essa é uma pequena parte da minha história que talvez possa te inspirar e te levar para o coração da casa, a cozinha.
Sei que essa não é uma tarefa fácil, mas assim como você, eu também tenho muitos afazeres no meu dia e por isso, muitas vezes a paixão por cozinhar pode desaparecer das nossas vidas. Sim, a minha correria do dia-a-dia estava atrapalhando a minha paixão pela cozinha. Foi então que em um evento de mulheres, Deus falou ao meu coração assim como eu quero que fale também ao seu.
Uma das palestrantes relatou que em uma ligação recebida do esposo durante a internação dele na UTI com Covid-19, ele disse que a única coisa do mundo que queria naquele momento era a comida dela. E para mim, esse depoimento foi um tapa na cara.
O recado foi simples e direto: o que você está fazendo com o dom que eu te dei? O dom que Deus me deu não foi de cozinhar, mas de cuidar da minha família através da comida. Desde então, fiz um propósito de fazer o almoço para a minha família de segunda a sexta-feira.
Essa experiência simples tem sido transformadora dentro da minha casa e também no lar de vários seguidores que me relatam que estou resgatando e aflorando o desejo de cozinhar para família, não mais por obrigação, mas por paixão! Sabe qual é a melhor comida do mundo para a sua família? Eu nem preciso te responder, porque a resposta já está aí, dentro do seu coração!
Entenda: a comida que você prepara para a sua família contém ingredientes que nenhuma comida no universo tem: amor, carinho, decisão, propósito, renúncias. A verdade é que a nossa comida cura, conforta e alegra.
Eu sei, não é fácil cozinhar e ter inspirações todos os dias, por isso eu te convido a acompanhar o meu instagram @temperandocomjanainaandrade para juntos, cozinharmos por paixão e não mais por obrigação.
