Fale o que você quer ver, não o que você vê!

“Quando chegaram à casa do dirigente da sinagoga, Jesus viu um alvoroço, com gente chorando e se lamentando em alta voz. Então entrou e lhes disse: “Por que todo este alvoroço e lamento? A criança não está morta, mas dorme”. (Marcos 5:38-39).

Irmãos, na Palavra Pastoral desta edição, desejo falar sobre um assunto que considero de extrema importância para a vida cristã: aprender a usar a linguagem certa. Afirmo que se existe um povo que pode gozar, verdadeiramente, de esperança é o povo cristão. Afinal, mesmo em meio a tantas dificuldades, Deus sempre irá se levantar  em nosso favor.

O versículo de abertura deste texto é um trecho do Evangelho de Marcos que nos apresenta um entre tantos exemplos acerca do modo como Jesus se portava diante das mais desafiadoras circunstâncias e, por esse motivo, precisamos aprender com o Mestre.

O contexto dessa passagem bíblica era o da movimentação causada após a morte de uma criança de 12 anos, filha do sacerdote Jairo. Vejam: Jesus, ao chegar na casa onde todos estavam, viu um alvoroço em função da morte da menina, o que causou pranto e lamentos. A primeira atitude tomada por Cristo é a de questionar a razão daquele tumulto. Uma ação estranha diante do que parecia óbvio, já que todos sofriam por aquela situação. No entanto, Jesus prossegue dizendo: “essa criança não está morta, mas dorme”. A Bíblia nos diz que os que estavam ali começaram a rir de Jesus, no entanto, aqui lemos um exemplo do uso da linguagem por Jesus, que falava o que desejava ver.

Queridos, uma das habilidades mais importantes que temos em nossa vida cristã é a capacidade de usarmos a linguagem de forma correta e bíblica. A partir do momento em que você aprende a usar e obedecer às Escrituras de modo correto, veremos os benefícios em nossa vida diária. Na maioria das vezes, somos vencidos e até mesmo destruídos por falta de conhecimento.

Se olharmos para exemplos de escolas de Direito, Medicina ou de outras áreas específicas, todas possuem uma determinada linguagem. Assim também acontece no mundo espiritual, que possui uma linguagem e um vocabulário que precisamos aprender a dominar. É nosso dever examinar os Evangelhos e aprender com o modo o qual Jesus se pronunciava e como se expressava em relação às pessoas ao seu redor. A vida cristã exige uma linguagem específica e, quando não sabemos como usá-la, vivenciamos muitos danos. Por isso, você precisa aprender a ter domínio daquilo que você fala.

No primeiro capítulo de Gênesis, lemos mais um exemplo importante para nós. Veja alguns trechos do “capítulo da criação”: “Disse Deus: ‘Haja luz’, e houve luz. Depois, disse Deus: ‘Haja entre as águas um firmamento que separe águas de águas’. Disse também Deus: ‘Encham-se as águas de seres vivos, e sobre a terra voem aves sob o firmamento do céu’. Então disse Deus: ‘Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom”. Esses são alguns dos versículos do capítulo inicial das Escrituras, que nos mostra a liberação de palavras pelo Senhor desde o princípio.

Nesse momento, pergunte a si mesmo: qual a linguagem que você tem usado? Muitas vezes, questionamos a nossa limitação, que vem exatamente do que já estamos vendo. Falamos que algo não “presta”, que não irá dar certo ou nos rendemos diante de uma situação complicada. Com isso, além de nos limitarmos, muitas vezes agimos como quem deseja controlar a Deus. Perceba a seriedade desse comportamento! Portanto, experimente falar de algo que você ainda não viu, mas deseja ver. Que possamos seguir o modelo bíblico que nos leva à  esperança.

O Senhor olha para cada um de nós e deseja, a partir do seu Espírito Santo, trabalhar a nossa mente, para que passemos a enxergar com os Seus olhos. Em Romanos 12:2 lemos: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Se permitirmos sermos dominados pelas dificuldades, ficaremos travados, sem forças ou ânimo para falarmos em oposição às nossas circunstâncias. Apenas repetiremos o que nos aflige, o que não possui o poder para mudar nada. Podemos nos lembrar do que o próprio Cristo nos prometeu: “Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai”. (João: 14:12).

Desejo finalizar essa reflexão com mais dois exemplos bíblicos: o de Lázaro e o de Abraão. No primeiro, vemos que Jesus fala para Marta, uma das irmãs de Lázaro, que ele ressuscitaria. A partir de sua visão limitada, com seu irmão sepultado já há quatro dias, Marta responde que cria que assim seria feito na ressurreição do último dia. No entanto, Jesus ordena: “Lázaro, vem para fora” e assim, o milagre é realizado. Aqui quero ressaltar que não foi o choro de Jesus que fez com que Lázaro voltasse à vida. Do mesmo modo, o que fará com que a sua vida mude será o momento em que você abrir a boca e pedir a Deus acerca do que você quer ver, lembre-se: o que você já está vendo, todos podem ver.

Já no exemplo de Abraão, em Romanos lemos: “Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência”. (Romanos: 4:18). Abraão falava para seus amigos acerca do que ele queria ver. Agora, podemos nos perguntar: o que ele queria ver? Isaque! E o que o povo estava vendo? A idade avançada de Abraão e Sara. Sabemos que Deus estava vendo Isaque e foi essa imagem que ele implantou na mente de seu filho.

Lembremo-nos: não podemos ser tomados pelo medo. O mundo é um palco para Deus demonstrar a Sua graça. Assim, que nós sejamos levantados para que em meio à dor, desespero e crises, comecemos a falar sobre aquilo que desejamos ver. Precisamos usar a nossa boca para declarar dias melhores, em nome de Jesus!

Oro para que você veja aquilo que declara pela fé.

Que Deus te abençoe!

Pr. João Queiroz

http://contato@batistarenascer.com

Graduado em Pedagogia e Teologia, pós-graduado em Neuropsicologia e Psicanálise Clínica. Fez curso de Coaching, é pastor presidente da Igreja Batista Renascer.

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